A chanceler Angela Merkel rejeitou qualquer tipo de comparação entre as atividades de espionagem dos EUA e as da polícia secreta alemã, Stasi, insistindo que este tipo de trabalho é essencial para a segurança em países democráticos.

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Merkel cresceu na antiga Alemanha Oriental, onde a Stasi mantinha uma rede de centenas de espiões em tempo integral e outros tantos informantes com o objetivo principal de conter a dissidência interna.

“Para mim, não há absolutamente comparação entre a (Stasi) e o trabalho das agências de espionagem em estados democráticos”, afirmou Merkel. “São duas coisas completamente diferentes e este tipo de comparação apenas banaliza o que a Stasi fez com as pessoas” no leste da Alemanha.

Merkel argumentou que o trabalho de espionagem dos países democráticos “sempre foi e sempre será essencial para a segurança dos cidadãos”.

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Os alemães são suscetíveis à preocupações com dados de espionagem, no mínimo por causa da memória dos tempos de repressão pela Stasi e a nazista Gestapo.

Merkel pediu aos EUA que esclareça as alegações recentes sobre espionagem e disse que seria inaceitável se escutas fossem implantadas em embaixadas aliadas ou em instalações na União Europeia e lembrou que “a Guerra Fria acabou”. Ela também enfatizou a importância de haver equilíbrio entre dados de segurança e de proteção.

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O partido de oposição alemão aproveitou o assunto para atacar Merkel antes da eleição marcada para setembro, argumentando que ela deveria fazer mais e questionar as autoridades para saber se elas tinham conhecimento sobre os programas de segurança da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês).

O ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich, planeja se encontrar com o procurador-geral dos EUA Eric Holder e com a conselheira da Casa Branca contra o terrorismo, Lisa Monaco, em Washington nesta sexta-feira para conversar sobre as atividades da NSA.

As discussões farão parte do diálogo em andamento com os aliados da UE sobre atividades de espionagem, afirmou o porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA. O governo de Merkel tem se mantido à parte com relação à este assunto. “Gostaria que conduzíssemos a discussão necessária com os EUA sem nunca esquecer que a América tem sido, e é, nossa aliada mais leal durante muitas décadas”, concluiu Merkel. Fonte: Associated Press.