A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu nesta terça-feira o apoio do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, na busca por uma “resposta comum ao desafio comum” da imigração na União Europeia e, também, na prevalência do multilateralismo no comércio global.
Com isso, o socialista endossou a proposta da democrata-cristã de que os chefes de governo europeus dividam entre si a tarefa de estreitar a interlocução com os principais países de origem do atual fluxo migratório que atravessa o Mar Mediterrâneo, no Norte da África, para oferecer ajuda ao seu desenvolvimento econômico e mitigar os problemas que causam o refúgio de seus cidadãos.
Trata-se de um amparo valioso para Merkel e sua pretensão de buscar soluções para a crise interna do seu governo em uma reunião hoje entre as lideranças do seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão), e os seus aliados de coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD) e a União Social-Cristã (CSU).
Foi esta última sigla que, na tentativa de não perder a hegemonia no comando regional do Estado da Baviera para o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), passou a defender a rejeição automática na fronteira ao Sul do país de imigrantes que já tivessem pedido asilo em outro Estado-membro da União Europeia. O esforço da chanceler alemã é para oferecer uma solução que não implique controles automáticos nas divisas internas do bloco de 28 países.
“Temos de reduzir a chegada de imigrantes que vêm à Europa com ‘coiotes’ e que, em grande parte, não têm direito à permanência na Europa”, reforçou Merkel nesta terça-feira, em aceno à CSU.
Ao seu lado em coletiva de imprensa, Sánchez comentou que a Espanha está assumindo sua responsabilidade na questão dos fluxos migratórios “sem levantar a voz em nenhum decibel”.
“Nós vamos comparecer a essa cúpula (do Eurogrupo) de quinta e sexta-feira com uma atitude absolutamente construtiva (…), sendo muito conscientes (..) que a única maneira de responder de forma ética a esse desafio comum é uma resposta comum da UE”, declarou o espanhol. Parece-nos uma ideia extraordinária “a proposta da chanceler de que cada Estado-membro que tenha relação mais próxima e fluida com países de origem (de imigrantes no Norte da África) possa liderar o diálogo e a cooperação em nome da UE”, acrescentou.
Sánchez afirmou ainda compartilhar com Merkel a preferência pela aposta no multilateralismo no comércio global e pediu que os Estados-membros se mantenham “unidos como União Europeia” para lidar com os desafios que surgirem pela frente, sem menção específica às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre bens importados da UE.
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