O fim do uso de energia oriunda de usinas nucleares na Alemanha ocorrerá em várias etapas, com o fim do processo em 2022 como uma data irreversível, afirmou hoje a chanceler alemã, Angela Merkel, após um encontro com governadores estaduais.
Na segunda-feira, o gabinete alemão decidiu aprovar uma série de leis para garantir o fim do uso da energia nuclear, entre elas emendas na legislação regulando essa energia e uma norma para fortalecer a produção de energias renováveis. O governo também quer aprovar uma lei para reforçar a eficiência energética em prédios, reservando 1,5 bilhão de euros para esse fim. Outra lei busca acelerar a construção de mais linhas de transmissão, para levar energia eólica do norte para centros industriais no sul.
Segundo Merkel, haverá uma data final para a operação de cada usina nuclear do país, que terá de ser respeitada. Merkel busca um consenso amplo sobre o tema, mas Estados comandados pela oposição dizem que os planos são vagos e que o governo deveria deixar a porta aberta para reverter essa política no futuro, se preciso.
Estados liderados pelo Partido Social Democrata (SPD) indicaram, após a reunião de hoje, que há a possibilidade de se construir um consenso. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados terá o primeiro debate sobre as leis para acabar progressivamente com a energia nuclear, que devem ser votadas no final do mês. A Câmara Alta, que representa os Estados, vota o tema em 8 de julho.
Merkel, após o desastre nuclear japonês em Fukushima e em meio a uma imensa pressão popular, ordenou que os sete reatores nucleares mais velhos, dos 17 do país, parassem de operar. Um oitavo já estava em manutenção. A chanceler disse que esses oito reatores não operarão mais. As usinas nucleares restantes fecharão em 2015, 2017, 2019, 2021 e 2022, disse ela hoje.
Para evitar o risco de blecautes nos próximos dois invernos, o governo quer manter algumas usinas em reserva. Merkel disse concordar com os líderes estaduais no fato de que a reserva deve ser preferencialmente formada por outras formas de produção de energia. Porém, ela não excluiu que o governo deixe uma usina nuclear como reserva, o que a oposição rejeita. As informações são da Dow Jones.
