O Mercosul vai divulgar nesta terça-feira (1º) um duro comunicado contra a nova política de imigração da União Européia (UE). Reunidos na cidade argentina de San Miguel de Tucumán, para a 35ª Cúpula do Mercosul, os presidentes decidiram chamar a atenção da UE, lembrando como a região recebeu seus imigrantes de "braços abertos", como disse o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.

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O presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul, Carlos "Chacho" Alvarez, foi mais crítico. "Nós somos os países que se abriram aos europeus destroçados pela guerra, fome e miséria, e agora eles são parte de sociedades desenvolvidas que tratam nossos imigrantes como delinqüentes. A Europa perdeu sua memória.

O consenso entre os chefes de Estado foi provocado pela lei que criminaliza a imigração, um fenômeno mundial que envolve todas as regiões e provoca medo nos países europeus. A medida prevê prisão de até 18 meses do imigrante irregular, deportação e proibição de ingresso no país por um período de cinco anos. Cerca de oito milhões de imigrantes estariam incluídos nessas regras e correm o risco de ser expulsos da Europa. A lei, aprovada no dia 18 de junho pelo Parlamento Europeu, provocou forte reação dos países latinos, de onde partem milhões de imigrantes para a Europa todos os anos.

Insensível, vergonhosa e xenófoba foram os principias adjetivos usados pelos presidentes Tabaré Vázquez (Uruguai), Michelle Bachelet (Chile) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) para qualificar a lei. Nem todos os presidentes reunidos em Tucumán foram moderados. Hugo Chávez, da Venezuela, e Rafael Corrêa, do Equador, defenderam represálias aos investimentos europeus em seus países."O bloco regional se expressará com firmeza em relação à lei imigratória da UE" , disse o chanceler argentino, Jorge Taiana.

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