Membro do ETA é preso acusado de treinar as Farc

A polícia francesa prendeu um suposto ativista do grupo separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA), acusado de ministrar cursos sobre o manejo de explosivos a membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), informou hoje o governo da Espanha. Iñaki Domínguez Atxalandabaso, de 36 anos, foi preso ontem em um trem que fazia a rota entre Milão e Paris, perto da localidade alpina de Modane, na França. O suspeito, que estava desarmado, levava documentos espanhóis falsos e muito material informático e eletrônico, afirmou em comunicado o Ministério do Interior em Madri.

As forças de segurança creem que o membro do ETA vivia na Venezuela há tempos e investigam a razão de ele ir à França. “É preciso analisar exatamente o que ele levava e comparar com a informação que tínhamos, mas é evidente que não fazia nada de bom com o material que transportava”, afirmou o vice-presidente Alfredo Pérez Rubalcaba ao final de uma reunião do conselho de ministros. “O governo segue com a mesma política antiterrorista: o ETA segue existindo; o governo e as forças de segurança seguem prendendo.”

Domínguez Atxalandabaso foi mencionado na investigação judicial aberta em março de 2010 sobre a colaboração entre o ETA e as Farc, sob o suposto amparo do presidente Hugo Chávez, o que o líder da Venezuela nega. O juiz Eloy Velasco afirma em documento que o agora preso ministrou cursos na selva venezuelana em agosto de 2007 sobre manejo de armas e explosivos para membros das Farc. Segundo o magistrado, o ativista basco teve proteção militar durante sua estadia na Venezuela.

Velasco diz que os cursos foram organizados por Arturo Cubillas, considerado responsável pelo ETA na Venezuela e pela relação desse grupo com as Farc. A Espanha pediu recentemente que Caracas extradite Cubillas, ex-funcionário do governo Chávez. As acusações contra Domínguez Atxalandabaso e Cubillas se baseiam em documentação apreendida com o ETA e também em mensagens de e-mail presentes no computador de Raúl Reyes, que era número 2 das Farc quando foi morto em março de 2008, em uma operação militar do Exército colombiano.

Domínguez Atxalandabaso foi acusado de colaboração com grupo armado e posse de explosivos. O ETA, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos EUA, assassinou 829 pessoas desde que, em 1968, o grupo realizou uma campanha violenta de atentados, sequestros e extorsão para financiar suas operações. A organização basca declarou em setembro passado uma trégua unilateral e em janeiro decretou “cessar-fogo permanente, geral e verificável” pela comunidade internacional, porém sem falar em abandonar suas armas. As informações são da Associated Press.

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