Medieval

É doloroso, quando começamos a sentir o sabor de um novo século, voltar os olhos para a notícia que informa atos de barbárie em nosso País.

Estou falando da tortura. E, pior, estou falando da tortura oficialmente reconhecida como praticada pelo Estado. Esse é um elemento importante, porque até os dias de hoje temos convivido com a mentira e o disfarce daqueles que cuidam dos nossos presidiários. Certo. Não há nenhum santo entre as grades, mas não é que, por serem eles criminosos, de maior ou menor nível, deixem de ser seres humanos. E mereçam ser tratados como tal.

Evidente que há os melhores, ou menos ruins, e os intratáveis. Mas, também é evidente que há formas humanas de tratar do assunto.

Agora, entretanto, somos surpreendidos com uma relação dos índices de tortura no Brasil; é um verdadeiro ranking da tortura, anunciado pelos nossos Estados.

O campeão da tortura é o Estado de São Paulo, onde o número anunciado foi de 234. Em seguida aparece Minas Gerais, com 159; Bahia, com 122; Pará, com 99; Rio de Janeiro, com 82; Paraná (sim, estamos no ranking!, com 69; Distrito Federal, ao nosso lado com iguais 69; Goiás, com 52; Espírito Santo, com 40, e Ceará, igualmente com 40.

Esses números contêm denúncias ocorridas entre outubro de 2001 e abril de 2002, o que significa uma pequena amostragem do fato.

É verdade que a Polícia Federal acaba de queimar nada menos do que seis toneladas de drogas, o que impressiona ao mais indiferente dos cidadãos.

Mas, haverá necessidade de chegar a tanta tortura para eliminar ou reduzir o número de crimes?

P.S

. – “Não use um machado para abrir um ovo”. (Thomas Fuller, escritor inglês falecido em 1661).

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