Médicos pedem apoio à população no Paraná

Se as condições para o atendimento médico à população pelo Sistema Público de Saúde não melhorarem, os médicos de todo o País podem iniciar uma mobilização envolvendo toda a população. Esta é uma das conclusões da reunião realizada nesta quinta-feira (dia 29/11), na Associação Médica do Paraná, com profissionais de vários Estados. A idéia, segundo o presidente da AMP, José Fernando Macedo, é mostrar que as pessoas que dependem do sistema público são as mais prejudicadas pela falta de atenção do governo em relação à revisão da tabela do SUS. ?Não se trata de uma batalha para melhorar apenas o salário dos médicos, mas principalmente para dar condições de prestar um bom atendimento à população?, afirma Macedo.

Segundo ele, a classe médica permanecerá mobilizada, aguardando um retorno do governo sobre o assunto. Caso a tabela do SUS não passe por uma revisão relevante, uma das idéias é prestar atendimento gratuito aos pacientes do SUS, em revelia à remuneração que os médicos consideram indigna. ?Se for para continuar recebendo um valor semelhante e uma esmola por um trabalho de tamanha responsabilidade, é melhor atender de graça, prestar um serviço social?, avalia Macedo.

Outro assunto amplamente discutido durante a reunião foi a abertura indiscriminada de escolas de Medicina. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial em números de faculdades, perdendo apenas para a Índia. Enquanto a Organização Mundial de Saúde preconiza um médico para cada mil habitantes, o Brasil tem praticamente o dobro deste índice. ?Isso mostra que a abertura de escolas de Medicina no Brasil não respeita critérios de qualidade?, avalia o presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, que liderou a reunião em Curitiba. ?Por isso, menos da metade dos alunos que se formam tem um ensino de qualidade aqui?, conclui. Para o presidente da Associação Médica do Paraná, José Fernando Macedo, além do estabelecimento de critérios de qualidade para abertura de novas escolas, é necessário que não sejam abertas outras durante alguns anos no Brasil. ?Só devem surgir novas faculdades quando houver condições de oferecer o mesmo número de vagas em residência médica?, afirma.

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