A Argentina volta a ser destaque na imprensa internacional, mas desta vez não é por causa de crise econômica ou por ser exportador número um de óleo e farelo de soja. A medalha de um de seus cinco prêmios Nobel vai ser leiloada no próximo dia 29, em Baltimore, pela Stack’s Bowers Galleries, de Nova York.
Esta é a segunda vez na história dos leilões que uma raridade como uma medalha Nobel é levada a leilão. Trata-se do Prêmio Nobel da Paz de 1936, concedido ao então ministro de Relações Exteriores da Argentina, Carlos Saavedra Lamas.
O ex-chanceler morreu em 1959, aos 80 anos de idade. E, desde então, a famosa medalha teve vários donos e chegou a ser penhorada. Há cerca de 20 anos, um colecionador norte-americano a encontrou em uma casa de penhora. E, recentemente, os herdeiros de outro colecionador colocaram a relíquia à venda. O objeto está avaliado em US$ 9.168 pelo peso de 222,4 gramas do ouro de 23 quilates.
Saavedra foi também um jurista importante na Argentina. Ele ganhou o Nobel pela articulação para terminar com a Guerra do Chaco (1932-1935) entre Bolívia e Paraguai. O trabalho dele pela paz inspirou o Pacto Antibélico Saavedra, assinado por 21 países e que se transformou em um instrumento jurídico internacional. Ele era bisneto de Cornélio Saavedra, o presidente da Primeira Junta de Governo do país.
Saavedra não foi o único Nobel da Paz na Argentina. Adolfo Pérez Esquivel recebeu o prêmio nesta categoria, em 1980, pelo compromisso e luta na defesa dos Direitos Humanos. Em 1947, outro argentino, Bernardo Alberto Houssay, recebeu o Nobel de Medicina. Em 1970, foi Luis Federico Leloir que recebeu o Nobel de Química, e, em 1984, César Milstein, biólogo argentino nacionalizado britânico, foi reconhecido por descobertas sobre anticorpos no sangue.