O senador norte-americano John McCain disse nesta quarta-feira acreditar que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, está comprometido com a busca da paz com Israel. Porém o candidato republicano à presidência sinalizou que, se eleito presidente, manteria o endurecimento contra o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
A visita de dois dias de McCain a Israel incluiu encontros com o primeiro-ministro, Ehud Olmert, e vários outros líderes do país. Ele não visitou os territórios palestinos nem se encontrou com seus líderes, mas conversou por telefone com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na terça-feira.
"Eu acredito que o presidente Abbas quer que esse processo comece", disse McCain. "Acredito que ele não apóia o tipo de atividade que está ocorrendo em Gaza", disse o senador. "Sei que o governo norte-americano está totalmente comprometido em tentar parar a violência, essa violência que cruza as fronteiras que tem ocorrido."
Israel tem conduzido negociações de paz com o governo de Abbas, sediado na Cisjordânia. Além disso, mantém uma batalha sangrenta com militantes do Hamas na Faixa de Gaza. Dessa região partem os ataques com foguetes que tem como alvo as comunidades israelenses localizadas na parte sul do país.
Em uma entrevista para o jornal The Jerusalem Post, o senador pelo Arizona foi ainda mais duro com o Hamas e o grupo libanês Hezbollah. "Eles se dedicam à extinção de tudo que os Estados Unidos, Israel e o Ocidente acreditam e lutam", disse ele. McCain se negou a sugerir como Israel deveria responder aos ataque com foguetes vindos da Faixa de Gaza, mas afirmou entender os sentimentos israelenses disse que "nenhuma nação do planeta pode ser atacada incessantemente sem responder".
E prosseguiu: "Eu posso dizer que acredito que se ataques com foguetes viessem pela fronteira dos Estados Unidos da América, os cidadãos americanos provavelmente exigiriam ações bastante vigorosas como resposta".
McCain passou o dia em uma série de encontros a portas fechadas com líderes israelenses, falando pouco em público. Mas na entrevista sinalizou com a manutenção do padrão do governo do presidente George W. Bush para a região, que apóia as conversas de paz entre Israel e Abbas, enquanto trabalha para isolar o Hamas.
Israel espera chegar a um acordo de paz com o governo de Abbas até o fim do ano. Porém não está claro como um acordo pode ocorrer enquanto o Hamas mantiver o controle da Faixa de Gaza. Israel e os EUA consideram o Hamas um grupo terrorista, comprometido com a destruição do Estado israelense, e se negam a negociar com o grupo islâmico.
Com status de herói de guerra e um histórico de forte apoio a Israel, McCain é bastante popular no país. Recebeu uma acolhida calorosa durante a atual visita, também voltada para seduzir o eleitorado judeu nas eleições presidenciais dos EUA. O senador, porém, nega ter algum objetivo eleitoral na viagem, afirmando que esta trata-se apenas de uma oportunidade para levantar informações sobre algumas questões.