O último ministro a deixar o governo da primeira-ministra britânica Theresa May por causa do Brexit disse neste sábado que o acordo da primeira-ministra deixaria o Reino Unido em desvantagem em futuras negociações com a União Europeia. O ex-ministro da Ciência e Universidades, Sam Gyimah, comparou o acordo a um jogo de futebol contra adversários que “são árbitro e também fazem as regras”. Ele é o sétimo membro do governo a renunciar.

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May está lutando para convencer os legisladores britânicos a apoiarem o acordo quando este for votado no Parlamento, em 11 de dezembro. Ela e os líderes da UE dizem que rejeitar os termos do divórcio, endossados pela UE no fim de semana passado, deixaria o Reino Unido enfrentando um Brexit “não acordado”, bagunçado e economicamente prejudicial.

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Mas muitos legisladores de ambos os lados do debate do Brexit se opõem ao acordo. De um lado, aqueles que apoiam a saída do Reino Unido da UE avaliam que o texto acertado mantém a Grã-Bretanha fortemente ligada ao bloco. Por outro lado, políticos pró-UE criticam o acordo porque ergue barreiras entre o Reino Unido e seu maior parceiro comercial.

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O acordo de duas partes inclui os termos juridicamente vinculativos da saída do Reino Unido e uma declaração ambiciosa, mas vaga, sobre as futuras relações entre os dois lados.

Gyimah, que apoiou a permanência na UE durante o referendo de 2016, disse que o texto é “um acordo apenas no nome”. “Temos uma lista de aspirações que pretendemos negociar com a UE depois que perdemos nossa voz, nosso veto e nosso voto”, disse ele à Sky News. Sua renúncia veio depois de May dizer que o Reino Unido estava abandonando os esforços para manter o acesso ao sistema de navegação por satélite Galileo, da UE depois do Brexit.

A Grã-Bretanha tem sido um participante importante no desenvolvimento do sistema, mas a UE diz que apenas os estados membros podem trabalhar no desenvolvimento de partes criptografadas de alta segurança do Galileo, para uso pelos setores militar e de infraestrutura crítica.

May disse que, dada a decisão da UE “de barrar o Reino Unido em relação a estar totalmente envolvida no desenvolvimento de todos os aspectos do Galileo, é justo que encontremos alternativas”. Ela disse que o país desenvolveria seu próprio sistema de navegação, a um custo estimado de vários bilhões de libras.

Gyimah disse que “o que aconteceu com o Galileo é uma antecipação das negociações brutais pelas quais passaremos, que enfraquecerão nosso interesse nacional, nos tornarão mais pobres, menos seguros”.

May reconheceu que o acordo Brexit não é perfeito, mas disse que ele cumpre a decisão dos eleitores de deixar a UE, embora mantendo laços estreitos com o bloco, que é um importante parceiro comercial e aliado.

Fone: Associated Press