A marcha contra uma rodovia que pode cruzar a maior reserva indígena da Bolívia chegou ontem a 38 quilômetros de distância da capital, La Paz, e deve entrar na cidade amanhã.
A passeata, que conseguiu manter unidas até o momento duas mil pessoas, alcançou a cidade de Pongo, a três mil metros de altitude, o que tornou difícil a caminhada dos manifestantes, entre eles mulheres e crianças, em sua maioria originários de localidades de baixa altitude.
“Estamos em Pongo e informo que não importam a chuva nem as muitas dificuldades que enfrentamos, mas chegaremos quarta-feira a La Paz”, declarou Adolfo Chávez, um dos principais dirigentes dos indígenas do leste do país. Ao chegarem na cidade, os indígenas receberam atendimento de um grupo de médicos de uma faculdade de Medicina e do município.
Chávez reiterou que a marcha espera se reunir com o presidente Evo Morales para debater a situação da rodovia. “Queremos uma resposta à nossa plataforma de 16 demandas”, atestou ele, afirmando que a principal delas é a implementação de uma lei que proíba construir um caminho pelo Parque Isiboro Sécure.
Há 22 dias, a polícia tentou dispersar a marcha reprimindo os indígenas enquanto eles montavam um acampamento. Porém, a violência policial provocou indignação popular e fez com que o próprio presidente condenasse a ação.
Agora, o comandante da polícia, Jorge Santisteban, garantiu que haverá uma escolta aos indígenas quando ingressarem em La Paz.
