Quatro parlamentares chilenos se uniram ontem a uma greve de fome realizada por 34 índios mapuches presos. Os indígenas afirmam ser prisioneiros políticos e recusam-se a ser tratados como terroristas. Os indígenas exigem que o governo altere leis antiterrorismo que, segundo eles, foram aplicadas injustamente ao caso deles, que reivindicam terras de seus ancestrais.

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O presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentou ontem uma lei para atenuar o tratamento legal dado aos mapuches presos. Eles, porém, recusam-se a recuar e exigem mais reformas e um diálogo com o governo. A Igreja Católica se ofereceu para mediar o conflito.

Os parlamentares pedem ao governo o início de um diálogo formal com os manifestantes. Os primeiros mapuches presos começaram a fazer greve de fome em 11 de julho, em prisões de Concepción e Temuco. Eles foram posteriormente acompanhados no protesto por detentos de outras cadeias no sul do Chile.

Estimados em cerca de 600 mil pessoas, os mapuches são a maior minoria indígena no Chile, representando perto de 6% da população nacional. Os ativistas indígenas exigem que as duras medidas antiterror da época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) sejam revistas. A lei prevê que, em casos de terrorismo, seja decretada prisão preventiva e as sentenças sejam triplicadas.

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Os ativistas também exigem a posse de suas terras ancestrais, perdidas em um conflito militar do século 19. Essas terras hoje estão na mão de vários fazendeiros e de madeireiras.

Muitos ativistas foram presos durante uma campanha dos índios para tomar propriedades privadas, queimar equipamentos das companhias e confrontos com a polícia em terras que eles alegam ser dos indígenas, na região de Araucanía, 650 quilômetros ao sul de Santiago.

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Em 2008, os confrontos resultaram na morte de um indígena. Atualmente, 106 mapuches estão presos, segundo os ativistas. As informações são da Dow Jones.