Os ex-rebeldes comunistas do Nepal, conhecidos como Maoístas, levaram a maioria das vagas na nova Assembléia do país. Eles tiveram mais que o dobro dos votos do rival mais próximo e devem formar o núcleo principal do novo governo nepalês, segundo resultados oficiais divulgados nesta quinta-feira (24). Yam Bahadur Dura, membro da comissão eleitoral, informou que os Maoístas conseguiram 217 cadeiras da Assembléia Constituinte. Em seguida ficou o tradicional Congresso Nepalês, com 107 assentos. O Partido Comunista do Nepal ficou em terceiro, pouco atrás do segundo colocado.
Entre as prováveis mudanças está o fim da monarquia, após 239 anos. Os Maoístas e outros dos principais partidos já anunciaram a intenção de mudar a forma de governo do país. Mas os Maoístas – ainda considerados terroristas pelos Estados Unidos – afirmam estar comprometidos com o capitalismo. Apesar de sustentarem uma visão de esquerda, eles garantem que não pretendem impor um Estado comunista.
Há ainda muita incerteza sobre como será o novo governo. Os agora majoritários Maoístas pretendem criar o cargo de presidente, que seria ocupado pelo líder do grupo, conhecido como Prachanda, que em nepalês significa "feroz".
"É meu desejo ser presidente", afirmou hoje Prachanda, após se encontrar com representantes das Nações Unidas e embaixadores estrangeiros. "Mas não há essa disposição na atual Constituição, teremos que chegar a algum tipo de acordo com os outros partidos políticos.
O conflito conduzido pelos Maoístas deixou mais de 13 mil mortos em uma década. No fim de 2006, o grupo assinou um acordo de paz com o governo. Agora, Prachanda disse esperar que os Estados Unidos retirem o grupo da lista dos grupos considerados terroristas.
