Centenas de manifestantes tentaram invadir um prédio das forças de segurança do Egito, em um subúrbio do Cairo, neste sábado, para tentar obter documentos que provem abusos cometidos pela polícia egípcia. Funcionários do local dispararam tiros contra a multidão. “Podemos ver a polícia dentro do edifício queimando papéis”, disse uma testemunha. “As janelas estão abertas e muitos documentos estão sendo jogados fora”, afirmou outra.
O Exército, que tem mantido a segurança desde que a polícia desapareceu das ruas durante os protestos contra o governo no mês passado, bloqueou a entrada dos manifestantes no prédio. Foi o segundo incidente desse tipo desde ontem, quando um grupo invadiu a sede de um edifício das forças de segurança do Estado na cidade portuária de Alexandria, lançou coquetéis molotov e ateou fogo a carros de polícia.
Ontem, o novo primeiro-ministro, Essam Sharaf, prometeu – em discurso na agora histórica Praça Tahir – reformar o aparato de segurança do país. Na manhã deste sábado, o ex-ministro do Interior Habib al-Adly, que supervisionava as forças policiais, foi a julgamento por corrupção. Ele também está sendo investigado por ordenar o fuzilamento de manifestantes durante os tumultos que eclodiram em 25 de janeiro e derrubaram o agora ex-presidente Hosni Mubarak.