Em meio a uma crise política, manifestantes contrários ao governo reforçaram nesta segunda-feira (1º) o cerco em dois aeroportos da Tailândia. Em uma mudança de tática, a Aliança do Povo pela Democracia recomendou a seus membros que estavam no escritório do primeiro-ministro Somchai Wongsawat para se concentrarem nos aeroportos. A tomada dos aeroportos, iniciada na semana passada, afetou fortemente os vôos comerciais por todo o país. Seis pessoas morreram desde o início da instabilidade política, em ataques com bombas, confrontos com a polícia e entre partidários e opositores do governo.
O diretor da autoridade aeroportuária da Tailândia, Serirat Prasutanont, disse que o Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, na capital Bangcoc, deve permanecer fechado pelo menos até quarta-feira. O aviso de fechamento tem sido repetido a cada 48 horas. Milhares de turistas cancelaram viagens para o país, afetando o importante setor do turismo na época de pico do ano. Foram afetados também o envio de medicamentos e de comida in natura, por exemplo.
Nem o Exército nem o reverenciado rei tentaram dar um fim à crise. O chefe das Forças Armadas chegou a sugerir a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições. O primeiro-ministro Somchai Wongsawat se recusou a fazer isso, alegando que foi democraticamente eleito.
A Corte Constitucional pode ainda ter um papel importante na crise. Os magistrados devem decidir em breve se três partidos da coalizão governista, entre eles a sigla de Somchai, cometeram fraude eleitoral. Caso culpados, os partidos seriam dissolvidos e seus membros – incluindo o primeiro-ministro -, afastados da política por cinco anos. Porém, não está claro se isso seria capaz de acalmar os manifestantes.
A aliança oposicionista acusa Somchai de ser um fantoche do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Somchai é cunhado de Thaksin. O ex-líder foi deposto em um golpe militar em 2006 e condenado no país, porém diz sofrer perseguição política e se exilou na Grã-Bretanha. Somchai também nega as acusações.