Centenas de manifestantes da oposição no Bahrein se reuniram no centro financeiro de Manama, nesta segunda-feira, desafiando uma ordem da polícia para se dispersarem. O episódio é mais um da escalada de tensões entre os manifestantes contrários ao governo e a família Al-Khalifa, que comanda o país, informa o Wall Street Journal.
Um pequeno número de manifestantes armou barracas na noite de domingo, perto de dois arranha-céus no coração do centro financeiro da capital. A polícia mandou que o grupo saísse, mas nem todos obedeceram. Centenas de pessoas gritavam pelo fim do governo, piorando também o trânsito em uma das vias mais movimentadas da cidade.
Os manifestantes dizem que esse ato é mais um capítulo na estratégia de realizar protestos em áreas sensíveis da capital. Eles sabem que a polícia pode reagir com a força. “Se eles vierem, vieram… nós temos de pagar por nossa liberdade”, disse Hussain al-Araby, um empresário de 37 anos.
As forças de segurança do Bahrein não atacaram os manifestantes da oposição desde que o príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa ordenou que militares fossem às ruas há duas semanas. Mas as tensões estão crescendo nos últimos dias, com marchas diárias que prejudicam a economia nacional.
Em um entrevista à televisão estatal no fim do domingo, o príncipe disse que o governo estava fazendo progressos para iniciar um diálogo com a oposição. Segundo ele, porém, não se deve fazer exigências antes do início das conversas.
Mais cedo nesta segunda-feira, mais de cem manifestantes xiitas se manifestaram do lado de fora da embaixada dos EUA em Manama, pedindo que Washington deixe de apoiar a família real sunita.
O Bahrein fica em uma área estratégica no Golfo Pérsico. O país é um forte aliado dos EUA e há tropas norte-americanas em seu território. As informações são da Dow Jones.
