Ativistas de oposição à monarquia absoluta do Bahrein disseram que dois manifestantes morreram sob custódia da polícia hoje, depois de sofrer torturas. O Ministério do Interior afirmou que Rashid Zakaria Hassan, de 40 anos, foi encontrado morto em sua cela e que um médico determinou que ele havia morrido de anemia.
Hassan havia sido detido em 2 de abril, sob as acusações de “incitar o ódio, publicar notícias falsas, promover sectarismo e pedir a derrubada do regime por meio de redes sociais”, segundo o Ministério. O partido de oposição Al-Weqaf, por sua vez, afirmou que a morte de Hassan ocorreu em “circunstâncias misteriosas”.
O Ministério do Interior também disse que outro detido, Ali Isa Saqer, de 31 anos, morreu sob custódia da polícia depois de “criar caos no centro de detenção”, ao resistir aos esforços dos guardas para contê-lo. Ele havia sido preso em 13 de março, sob a acusação de tentar matar um policial.
“Nós acreditamos que mataram os dois na prisão”, disse Nabeel Rajab, do Centro por Direitos Humanos do Bahrein. Segundo o Centro, o ativista por direitos humanos Abdulhadi al-Khawaja foi detido na madrugada de hoje. A filha dele, Zainab, disse que homens armados e mascarados, alguns deles vestindo uniformes pretos da polícia, invadiram sua casa às 2 horas da madrugada (hora local), espancaram Al-Khawaja até que ele ficasse inconsciente e o levaram. Zainab disse que seu marido e seu cunhado também foram presos no mesmo ocasião.
O Bahrein, sede da 5ª Frota da Marinha dos EUA, enfrenta protestos contra a monarquia absoluta da família Al-Khalifa desde 14 de fevereiro Pelo menos 27 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos, e os militares assumiram o controle direto dos hospitais de Manama, a capital. Segundo os ativistas de oposição, manifestantes feridos durante confrontos com a polícia têm “desaparecido” dos hospitais militarizados. As informações são da Associated Press.