Cerca de mil pessoas bloquearam hoje uma ponte da cidade de Basra, a segunda maior do Iraque, localizada 550 quilômetros ao sul da capital Bagdá. Os manifestantes querem a renúncia do governador local e exigem melhores serviços públicos, empregos e aposentadorias. Basra é o centro da indústria petroleira do Iraque, mas seus habitantes afirmam que uma parcela muito pequena dessa riqueza chega à população.

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Os participantes gritaram slogans advertindo que a manifestação de hoje era pacífica, mas que futuras demonstrações poderiam não ser. “Vivemos em condições miseráveis, sem eletricidade, em ruas sujas cheias de lodo. Temos de realizar mudanças. Não podemos ficar calados”, disse Qais Jabar, de 32 anos e pai de três filhos. Ele informou que apesar de ter educação universitária, trabalha como taxista e divide uma pequena casa com seus três irmãos e suas famílias.

Após os levantes no Egito e na Tunísia, os iraquianos têm realizado vários protestos. Nesta semana, pelo menos cinco pessoas morreram nos distúrbios.

Curdos

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A região autônoma curda, no norte do Iraque, é mais rica economicamente do que o restante do país, mas isso não impediu a realização de protestos. Durante uma manifestação realizada ontem em Sulaimaniyah, 260 quilômetros a nordeste de Bagdá, duas pessoas morreram e 47 ficaram feridas quando seguranças privados fizeram disparos contra manifestantes que exigiam reformas políticas. A manifestação ocorreu do lado de fora da sede do Partido Democrático do Curdistão. Em comunicado, o partido informou que os seguranças foram forçados a se defender.

Muitos curdos reclamam que os dois partidos políticos que dominam a região monopolizaram os empregos e a economia local. O presidente curdo, Massud Barzani, prometeu investigar a questão e pediu calma. As informações são da Associated Press.

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