Cerca de 200 pessoas acamparam em frente ao edifício do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt, durante a madrugada deste domingo, enquanto manifestantes anticapitalismo planejaram e realizaram diversos protestos em outras grandes cidades neste domingo.

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Colin Below, um porta-voz do movimento “Ocupe Frankfurt”, versão alemã inspirada no “Ocupe Wall Street”, dos Estados Unidos, disse que cerca de 30 tendas foram estendidas do lado de fora do prédio do BCE. Segundo Below, a manifestação – que originalmente tinha autorização oficial até quarta-feira – foi prorrogada “indefinidamente.” Os protestos continuarão pelo “tempo que for necessário e possível”, afirmou ele.

Enquanto isso, a polícia em Berlim, onde quase 10 mil pessoas participaram dos protestos ontem, disse que impediu com sucesso os manifestantes de acampar na frente do Reichstag, sede do parlamento alemão. Houve algumas prisões e alguns policiais ficaram feridos em pequenos confrontos, afirmou a porta-voz da polícia. Uma nova demonstração é planejada para hoje na frente do ícone da capital, o portal de Brandenburgo, de acordo com as autoridades.

Max Bank, do movimento antiglobalização Attac, afirmou que a onda de protestos estava apenas começando. As manifestações são “um claro sinal de que as pessoas querem mais democracia”, informou ele à estação de rádio alemã MDR Info. “O poder dos bancos deve ser quebrado. As pessoas não querem mais ser direcionadas pelos mercados financeiros e os políticos devem perceber isso”, afirmou ele. “Nós vimos o começo do movimento. Isso não significa que não veremos mais nas próximas semanas.”

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O Attac revelou que cerca de 40 mil pessoas tomaram as ruas na Alemanha, como parte do dia global de protestos que contagiou 951 cidades em 80 países e gerou violentos confrontos em Nova York e Roma.

Inglaterra – Centenas de manifestantes passaram a noite do lado de fora da catedral Saint Paul, no distrito financeiro de Londres, o chamado “City of London” para o segundo dia de protestos anticapitalismo. Cerca de 500 pessoas ficaram acampadas na frente do famoso marco da capital, que fica poucos metros distante da Bolsa de Valores de Londres, de acordo com a BBC.

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E na manhã deste domingo, havia aproximadamente 70 barracas perto da catedral. No entanto, os protestos diminuíram bastante em relação a sábado, quando cerca de 2 mil a 3 mil pessoas participaram das manifestações contra a ganância corporativa e os cortes do governo.

“Ainda há uma presença lá de ambos os lados”, disse o porta-voz da Scotland Yard à France Press neste domingo, ao ser perguntado sobre o número de protestantes e de policiais que atualmente estão na área. Ele, no entanto, se recusou a comentar se as demonstrações seriam dispersadas a tempo para a hora do rush da manhã segunda-feira.

Sete prisões foram efetuadas no sábado por uma série de violações – quatro por agressões contra a polícia, duas por distúrbio da ordem pública e uma por tumulto violento. Os organizadores em um grupo que se autodenomina “Ocupe London Stock Exchange”, ganharam forte suporte por meio dos sites de redes sociais Facebook e Twitter.

Itália – A cidade de Roma calcula os prejuízos um dia após manifestantes terem transformado uma marcha pacífica contra a crise financeira global em violentos confrontos, incendiando veículos e quebrando calçadas, vitrines de lojas e bancos. O prefeito da capital italiana, Gianni Alemanno, afirmou hoje a repórteres que os reparos de ônibus públicos, ruas e calçadas custarão pelo menos 1 milhão de euros (US$ 1,4 milhão).

Manifestantes encapuzados se infiltraram em uma marcha no sábado de dezenas de milhares de pessoas preocupadas com o sofrimento causado pela crise financeira mundial. Os manifestantes, alguns usando máscaras de gás, arrancaram paralelepípedos e lajes de pedra das calçadas e ruas para arremessar contra a polícia e os edifícios, bem como quebraram janelas e vitrines com martelos. A polícia revidou com jatos d’água e gás lacrimogêneo.

Os insatisfeitos também invadiram uma igreja, arrancaram um crucifixo da parede e destruíram uma estátua da Virgem Maria. O prefeito de Roma os classificou como “animais.”

Suíça – Dezenas de ativistas acamparam na região central de Zurique neste domingo, como parte do movimento global que contra a crise econômica. Eles prometeram ocupar a praça de Paradeplatz na semana que vem e pediram que mais pessoas aderissem ao protesto. Ontem, mais de mil pessoas se reuniram para demonstrar insatisfação com a atual ordem financeira e os salários excessivamente elevados dos executivos.

A praça de Paradeplatz, sede de muitos bancos, galerias de arte, hotéis e lojas de luxo em Zurique, é uma das mais centrais da cidade e reúne milhares de pessoas nos dias úteis. A praça fica na rua Bahnhofstrasse, uma das mais caras do mundo.

Embora muitas das pessoas que aderiram aos protestos ontem tenham sido pessoas que passavam pelo local no momento das manifestações, cerca de 50 ativistas permaneceram na praça em barracas e dormiram em sacos de dormir, fazendo fogueiras para manter-se aquecidas. Outras cem pessoas se juntaram a elas na tarde deste domingo.

“Planejamos continuar nossos protestos”, disse o ativista do clima Peter Vogelsanger. “Estamos no processo de dar a nós mesmos nossas próprias estruturas e estamos pedindo que mais pessoas se unam à nossa causa.” Até o momento, a polícia de Zurique não interveio no protesto e avalia os próximos passos, segundo um porta-voz. É possível que na segunda-feira, dia em que os bancos retomam as atividades, os manifestantes sejam estimulados a deixar a praça.

Estados Unidos – A polícia de Chicago prendeu pelo menos 175 pessoas neste domingo, numa operação para dispersar os manifestantes que acampavam no Grant Park, como protesto contra a ganância corporativa. Um porta-voz do departamento de polícia afirmou que os manifestantes do “Ocupe Chicago” foram alertados diversas vezes para deixar o local antes que as autoridades interviessem para retirá-los.

“Existe uma ordem municipal de que ninguém é autorizado a ficar no parque depois das 11h da noite”, disse o policial Robert Perez. Normalmente, pessoas detidas por violar a ordem pública são liberadas após assinar documentos, a menos que sejam procuradas por outros delitos. Outros 150 manifestantes continuaram protestando na importante avenida Michigan. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.