Dezenas de milhares de defensores do Hamas lotaram o centro da Cidade de Gaza hoje para marcar o 22º aniversário de fundação do grupo, em uma demonstração maciça de que os militantes islâmicos ainda têm amplo apoio, apesar de anos de um regime que causou guerra, pobreza e isolamento.
Gaza foi coberta de verde, com bandeiras do Hamas balançando em telhados, postes de iluminação e carros. Alguns pais vestiram os filhos pequenos em roupas de combate e faixas verdes do grupo. A multidão lotou uma praça onde uma enorme faixa estendida na parede de um prédio mostrava uma foto da principal mesquita islâmica de Jerusalém e imagens de membros seniores do Hamas. Líderes fizeram discursos inflamados, bandas tocaram e tropas marcharam em procissão.
“Gaza está livre. Gaza está firme”, entoava uma tropa cujos membros usavam camuflagem militar. O primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, balançou bandeiras palestinas e do Hamas para a multidão ao assumir o palco. Em um longo discurso, ele prometeu que o Hamas nunca baixará suas armas nem reconhecerá Israel.
“Este movimento, com a ajuda de facções militantes liberadas na Faixa de Gaza, e nós dizemos, irmãos e irmãs, nós não ficaremos satisfeitos com Gaza”, disse ele. “Hamas olha em direção a toda a Palestina, a libertação da faixa é apenas um passo para libertar toda a Palestina.”
O comparecimento parece ter se igualado ao nível do ano passado, apesar de um ano de retrocessos para o Hamas, com o principal deles sendo a ofensiva militar de Israel em Gaza no inverno passado. A guerra de três semanas não expulsou o Hamas, mas infligiu perdas pesadas no grupo e dificultou para os militantes sustentar 1,5 milhão de cidadãos de Gaza.
As fronteiras de Gaza estão fechadas desde junho de 2007, quando o grupo islâmico Hamas assumiu o controle total do território. Israel intensificou o bloqueio em novembro do ano passado, quando ocorreram novos confrontos entre israelenses e palestinos na região.