Cerca de 70 mil ucranianos pró-Ocidente lotaram o centro de Kiev, a capital, neste domingo para mais uma vez exigir a renúncia do presidente do país, Viktor Yanukovych, por ter se aliado à Rússia em detrimento da União Europeia.

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Usando faixas azuis e amarelas, cores da Ucrânia e também da UE, os manifestantes receberam uma bênção antes de líderes oposicionistas subirem em um pódio na Praça da Independência numa tentativa de ampliar a pressão para que Yanukovych nomeie um novo governo favorável ao Ocidente.

“Nenhum dos sequestros e torturas deu qualquer resultado”, disse Igor Lutsenko, que foi capturado e espancado durante os protestos de janeiro, na mesma época em que outro ativista foi encontrado morto.

Já Dmytro Bulatov, outro ativista que está em tratamento na Lituânia após ter sido torturado, disse que não pretende desistir de pressionar o governo. “Nós vamos adiante”, afirmou por telefone, em conversa transmitida aos manifestantes em Kiev por meio de um alto-falante.

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A ex-república soviética, de 46 milhões de habitantes, enfrenta uma grave crise política desde novembro, quando Yanukovych abandonou um acordo histórico com a UE para estreitar laços com Moscou, num gesto que assombrou a fatia pró-Europa da população ucraniana e deflagrou violentos protestos.

Yanukovych cedeu a algumas exigências da oposição ao demitir seu governo, mas ele também precisa tranquilizar a Rússia, que congelou um pacote de ajuda de US$ 15 bilhões para Kiev até que a situação se resolva.

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Na sexta-feira, Yanukovych teve um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, em Sochi, onde está sendo realizada a Olimpíada de Inverno. O teor da conversa não foi divulgado, mas era esperado que o ucraniano levantasse a questão da ajuda. Por enquanto, a Rússia liberou apenas uma parcela de US$ 3 bilhões do pacote. Fonte: Dow Jones Newswires.