O escândalo das despesas no Parlamento britânico fez mais uma vítima. Hoje o ministro da Justiça, Shahid Malik, foi suspenso por ter gasto mais de 65 mil libras (US$ 98 mil) em auxílio moradia em três anos. Segundo o jornal “Daily Telegraph”, ele usou o valor integralmente, mas havia recebido um desconto de 100 libras (US$ 150) no valor semanal do aluguel.
Malik disse que não fez nada de errado. “Eu não tenho nenhuma razão para me desculpar. Não fiz nada de errado”, disse ele à “BBC”. O governo disse que haverá uma investigação para revelar se Malik quebrou o código ministerial de conduta ao supostamente ter lucrado com o desconto do aluguel.
A ira da população aumenta a cada nova revelação que tem sido publicada desde que o “Telegraph” divulgou a lista de despesas, mais de uma semana atrás. Os itens cobrados dos contribuintes incluem mantimentos, móveis, manutenção doméstica e até mesmo o pagamento inexistentes de prestações da casa própria. Nenhum partido político saiu ileso do escândalo.
Ontem o Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Gordon Brown, anunciou a suspensão de um de seus legisladores. Um assessor do opositor Partido Conservador também deixou o cargo. Alguns legisladores devolveram dezenas de milhares de libras aos cofres públicos. E, embora eles afirmem que os pedidos de reembolso estavam de acordo com as regras parlamentares, não conquistaram a simpatia do público.
O “Daily Mail” e a Aliança dos Contribuintes iniciaram hoje uma campanha para arrecadar fundos e abrir processos privados contra legisladores que abusaram do sistema de reembolso. Ninguém foi formalmente acusado por ter feito algo ilegal. “Na medida em que cresce nossa preocupação sobre o que eles pedem como reembolso, cresce nosso espanto sobre como eles tentam se livras dessa situação”, disse Mark Wallace, porta-voz da Aliança dos Contribuintes. Ele não revelou quanto o grupo conseguiu arrecadar.