Quatro países anunciaram ontem a contaminação de pessoas que não foram ao México, considerado o foco de disseminação do vírus H1N1, da gripe suína. Os pacientes, do Reino Unido, da Alemanha, da Espanha e do Canadá, não haviam saído de suas regiões nas últimas duas semanas e adoeceram porque tiveram contato com portadores do vírus que regressaram do México.

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Caso esse padrão de contaminação – transmissão viral entre seres humanos em vários países independentemente da presença na área de origem – se mostre sustentável, cumpre-se a condição para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decrete o nível 6 de alerta, o grau máximo de sua escala que indica a ocorrência de uma pandemia – uma epidemia que ocorre simultaneamente em diversos locais do globo.

Até ontem, os números oficiais da OMS apontam para 367 casos confirmados em 13 países, com dez mortes. O Ministério da Saúde da França confirmou ontem os dois primeiros casos da gripe suína no país, ampliando para oito o número de países que já diagnosticaram casos da doença na Europa.

“Nunca, desde que comecei a trabalhar aqui há 13 anos, estivemos tão perto de declarar uma pandemia”, afirmou Mike Ryan, chefe de operações da OMS. Mas a entidade hesita, primeiro porque as ocorrências de transmissão de pessoa a pessoa ainda são poucas, segundo porque teme gerar prejuízos, principalmente durante forte crise econômica.

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“Qualitativamente, ainda não houve mudança no padrão da transmissão. Temos de ter transmissão sustentável em pelo menos duas regiões (a entidade agrupa os países em 6 grandes áreas)”, explicou o porta-voz da OMS, Gregory Hartl. Ele acrescentou que o termo “pandemia” não traz a conotação de severidade do vírus. “É só se está ou não espalhado.”