ONU

Mais de 70 pessoas já foram resgatadas no Haiti

Na manhã deste domingo, equipes de resgate retiraram uma mulher desidratada, mas sem ferimentos, das ruínas de um hotel de luxo na capital Porto Príncipe. O resgate da mulher foi celebrado com aplausos dos espectadores, que testemunhavam uma rara notícia positiva em uma cidade cheia de corpos, escombros e desespero. “É um pequeno milagre”, disse o marido da mulher, Reinhard Riedl, depois de ouvir que ela estava viva nos destroços.

Uma porta-voz das Nações Unidas disse que as equipes de resgate salvaram mais de 70 pessoas dos escombros no Haiti, que foi devastado por um terremoto de intensidade 7,0 no último dia 12. Elisabeth Byrs disse que a taxa de resgate foi particularmente alta para uma operação de busca coordenada pela ONU, mesmo sendo pequena comparada com a escala do desastre.

Byrs informou que a existência de 1.739 membros das equipes de resgate que trabalham há cinco dias nos escombros em busca de sobreviventes. Ela disse que ainda existem pessoas vivas nos prédios em ruínas e que podem sobreviver por seis dias em tais condições. Byrs afirmou que 43 equipes com 161 cães farejadores e equipamentos de alta tecnologia já estão no Haiti e que mais estavam a caminho neste domingo. Ela disse que as operações de busca continuam 24 horas por dia.

Infraestrutura

Uma preocupação neste domingo era com a rápida diminuição dos estoques de combustíveis para os veículos e a ONU estava buscando novas fontes.

Até ontem, cerca de 250 toneladas de bens de ajuda, de água a hospitais de campo tinham chegado a Porto Príncipe e a distribuição às pessoas em terra estava começando a melhorar.

Byrs disse que a ajuda estava chegando ao aeroporto de Porto Príncipe, o porto marítimo de Gonaives, o aeroporto de Santo Domingo e o porto marítimo na República Dominicana, assim como em dois pequenos aeroportos privados no país vizinho.

Os sistemas de telefones permanecem danificados e limitados e as telecomunicações continuam bastante difíceis para os haitianos e equipes de resgate, acrescentou a porta-voz da ONU.

Controle aéreo

Contudo, em Porto Príncipe, muitos que trabalham no socorro aos haitianos ainda se mostravam frustrados pela dificuldade em obter ajuda através do pequeno, congestionado e danificado aeroporto internacional – administrado pelos militares americanos – e de se transportar a ajuda do aeroporto para a cidade.

Os Médicos Sem Fronteiras disseram hoje que um avião de carga transportando um hospital de campo teve a permissão de pouso negada no aeroporto e teve de desviar a rota para a República Dominicana, provocando um atraso de 24 na instalação de um crucial hospital de campo em Porto Príncipe.

A pouco mais de 1,5 km do aeroporto, não havia alimentos ou água para 80 idosos no precário Hospital Municipal de Porto Príncipe. Um homem já morreu e o administrador do hospital Jean Emmanuel disse que se a ajuda não chegar “outros vão morrer até a noite”.

Ninguém sabe quantos morreram no terremoto. O governo do Haiti disse já recuperou 20 mil corpos – sem contar aqueles recuperados por agências independentes e parentes das vítimas, disse o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive. A Organização Pan-Americana de Saúde diz que entre 50 mil e 100 mil pessoas morreram no terremoto. Bellerive disse que 100 mil “parece ser o número mínimo”.

Ajuda canadense

O Canadá vai enviar 1 mil soldados para o Haiti para colaborar nos trabalhos de ajuda de emergência no país. O ministro de Defesa do Canadá, Peter MacKay, indicou que seu país tem o imperativo moral de fazer tudo que puder nesta situação. MacKay disse que a segurança é muito precária à medida que aumenta o desespero pelos afetados pelo desastre.

As tropas canadenses vão trabalhar como engenheiros, médicos e agentes de segurança. Eles vão se unir a outros 500 soldados destacadas em dois dos navios canadenses e vão chegar ao Haiti na segunda-feira, assim como mais de 200 membros da Equipe de Assistência em Desastres.

O governo do Canadá disse que 8 canadenses morreram no Haiti e 1.115 se encontram desaparecidos. O Canadá tem mais de 100 mil pessoas de ascendência haitiana, que residem em sua maioria em Montreal.

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