O maior sindicato de Portugal, a Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), convocou nesta quara-feira uma greve geral para o dia 14 de novembro, a terceira em 16 meses de governo conservador.
A União Geral de Trabalhadores (UGT), outro grande sindicato do país, não se pronunciou oficialmente sobre a convocação, mas o líder da central, João Proença, disse que era contra uma greve horas antes do anúncio da CGTP.
A convocação da greve contra as medidas de austeridade e os problemas sociais de Portugal se soma aos dois dias de manifestações realizadas no mês passado para reivindicar uma mudança na política do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
A divulgação da greve coincidiu com as novas medidas de austeridade divulgadas pelo governo português, que anunciou um aumento de impostos para 2013 com o objetivo de cumprir com a redução do déficit fiscal exigido por Bruxelas, de 5% neste ano e 4,5% em 2013.
Desde o aprofundamento da crise da dívida em Portugal, no final de 2010, o país já passou por três greves gerais, a primeira delas durante o governo do socialista José Sócrates, em novembro de 2010, e a segunda já no governo de Passos Coelho, em novembro de 2011. Essas duas greves foram organizadas conjuntamente pela CGTP e a UGT, mas a última, no dia 22 de março de 2012, só teve o respaldo da CGTP.
A Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal alertou nos últimos meses que o aumento dos impostos resulta no empobrecimento dos trabalhadores e exigiu políticas que incentivem o crescimento econômico e evitem a alta constante do desemprego, que chegará a 16,4% no próximo ano, segundo cálculos do governo.
Enquanto a CGTP convocava a greve geral, o forte aumento de impostos anunciado pelo governo português foi rejeitado de forma unânime por todos os partidos de oposição e pelos líderes das centrais sindicais.