Josianne Landouar, mãe do turista francês Grégor Erwan Landouar, de 35 anos, assassinado domingo em São Paulo, criticou a criminalidade e a ?violência animal? no Brasil. Landouar foi morto a facadas na Alameda Franca, nos Jardins, horas depois de ter participado da Parada Gay. Josianne, de 64 anos, disse ter torcido para que Grégor desistisse da viagem. ?Meu filho sonhava em conhecer o Brasil e eu tentei impedi-lo porque sei da violência do país. Infelizmente, todos os meus medos se mostraram reais.
Família de baixa renda, os Landouar vivem da distribuição de jornais nas ruas de Rivedoux Plage, no Departamento de Charente-Maritime, região agrícola do sudoeste da França. Foi por meio da prefeitura da cidade que, na noite de terça-feira, Josianne soube do assassinato do filho em São Paulo.
?Não tenho nenhuma informação sobre as circunstâncias nem sobre a investigação. E também não tenho palavras para descrever a dor que estou sentindo. Tinha dois filhos e agora só tenho um. O que uma perda como essa significa só quem passa sabe?, disse a mãe, com a voz embargada. ?O que aconteceu é deplorável sob todas as formas. Tudo o que eu desejo é que se faça alguma coisa, que se pare com essa violência animal que se vive no Brasil.
Nascido em 26 de julho de 1971, no 11º Distrito de Paris, Grégor também trabalhava distribuindo jornais. Ao longo de um ano, segundo a mãe, planejou e economizou para concretizar o sonho de conhecer o Brasil e reencontrar um amigo, cujo nome Josianne não soube precisar. O turista deveria ficar um mês no País. Desorientada, a família não sabe quando o corpo será trasladado, nem quando poderá sepultá-lo. ?Não posso ir ao Brasil para resolver nada. Não temos dinheiro para a viagem.?