A mãe de um jovem de 15 anos afirmou hoje que seu filho golpeou, com uma barra de ferro, o líder radical branco Eugène Terreblanche, de 69 anos, após ele recusar a lhe pagar. A polícia disse que o jovem e um homem de 28 anos foram acusados de homicídio e comparecerão a uma corte amanhã.
“Meu filho admitiu que eles o mataram”, afirmou a mãe, em entrevista exclusiva à agência de notícias Associated Press, em sua casa no município de Tshing, nas proximidades de Ventersdorp. Ela disse que falou com o adolescente na delegacia, no sábado, após o jovem se entregar junto com o suposto cúmplice. A polícia não identificou os suspeitos pelo nome.
O assassinato ocorrido no sábado pode elevar as tensões raciais na África do Sul, às vésperas da Copa do Mundo. Terreblanche liderava o Movimento de Resistência Africânder (AWB), de extrema-direita, que ficou famoso nos anos 1980 e 90, quando usava um emblema parecido com a suástica.
O movimento Afrikaner planeja manifestações nas proximidades da delegacia. “Isso foi algo desnecessário”, afirmou o irmão de Terreblanche, Andries Terreblanche. “Não somos racistas, só acreditamos na pureza de raça.” Os líderes do grupo têm utilizado o assassinato de Terreblanche para arrecadar mais apoio para sua causa.
O secretário-geral do grupo, Andre Visagie, disse no domingo que a morte do líder radical foi “uma declaração de guerra” dos negros contra os brancos. Ele sugeriu que os países não devem enviar equipes de futebol para a Copa do Mundo em uma “terra de assassinatos”.
Visagie e outros membros do grupo têm culpado pelo crime o líder do Congresso Juvenil Nacional Africano, Julius Malema, afirmando que um discurso dele levou ao assassinato de Terreblanche. O líder branco morto havia sido considerado culpado por um ataque brutal contra dois trabalhadores negros e sentenciado a seis anos de prisão.