O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou que a polícia política realize uma operação na companhia norte-americana de produtos alimentícios Heinz. Maduro advertiu que, caso se encontre alguma irregularidade, os agentes têm instruções para prender os executivos da empresa.
O presidente disse que a operação policial deveria ocorrer nesta quarta-feira (02), para que os agentes revisem “o que está acontecendo nas empresas Heinz”. Segundo ele, se houver “sabotagem”, dirigentes da empresa devem ser detidos. As declarações foram dadas no programa de televisão do líder.
Maduro disse que sua ordem era uma resposta a denúncias contra a empresa. Funcionários da Heinz se manifestaram nos últimos dias para exigir melhoras salariais e a retomada de discussões sobre uma nova convenção trabalhista, cujas negociações estão travadas há mais de um ano. Alguns empregados também disseram que, devido ao conflito, a fábrica da Venezuela da companhia norte-americana, localizada no povoado costeiro de San Joaquín, 150 quilômetros a oeste de Caracas, opera a plena capacidade. O local distribui 500 toneladas diárias de alimentos, principalmente catchup. “Eu acredito na classe trabalhadora e sei que esses trabalhadores estão dizendo a verdade”, comentou Maduro, sem dar detalhes da denúncia.
Maduro acusa o setor empresarial de travar uma “guerra econômica”, com desabastecimento de alimentos e armazenamento irregular, para desestabilizar seu governo. A economia venezuelana, que entrou no ano passado em recessão, registra há nove anos uma das maiores inflações da região, mesmo com controle de preços e do câmbio desde 2003. Fonte: Associated Press.