Em discurso na abertura da plenária da 4ª Cúpula do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu “a participação de novos atores nas negociações sobre o Oriente Médio”. Ele lembrou que o Brasil “não tem histórico colonial, nem interesses particulares na região” e que, por isso, “pode ajudar a desobstruir os impasses”. “Nosso único interesse naquela parte do mundo é o de contribuir para a paz”, afirmou o presidente, defendendo a presença dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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“Os países em desenvolvimento não consolidarão uma voz mais ativa sem a reforma da ONU e a ampliação do Conselho de Segurança. Temos credibilidades e estamos dispostos a assumir responsabilidades”, disse Lula, ao citar que “o Ibas quer ajudar a moldar o século 21 livre dos conflitos, da miséria e do medo”.

Lula lembrou que, na Organização Mundial de Comércio, lutou pela conclusão da Rodada Doha de forma equilibrada e reiterou que “o comércio pode ser uma alavanca para os países mais pobres realizarem seu potencial agrícola”. Ainda no discurso, Lula comentou que “no G-20 financeiro, enfrentamos a crise internacional com a certeza de que a recuperação da economia mundial depende em grande medida da força dos países em desenvolvimento”, acrescentando que “também depende da rápida aplicação de medidas – já decididas – para pôr fim à especulação desenfreada e regular os principais fatores que estiveram na origem da grave crise financeira mundial”.

O presidente brasileiro encerrou sua fala citando benefícios já alcançados pelo grupo, acrescentando que “outros frutos virão” e que, “quando vierem, não estará mais deste lado da mesa, mas o Brasil vai estar”, já que seu mandato se encerra no final de 2010. Lula anunciou, no entanto, que “vai continuar se empenhando” na cooperação sul-sul, assim como seguirá se dedicando à causa da integração do Brasil com a Índia e a África do Sul.

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Lula começou seu discurso para os presidentes que integram o Ibas dizendo que esta cúpula “é a resposta dos países a uma ordem internacional desigual e injusta, incapaz de resolver antigos problemas, como a pobreza extrema e a fome de milhões”. Ressalvou, no entanto, que esta é uma ordem que também “não oferece soluções para as novas ameaças que se multiplicam, como a degradação ambiental e a insegurança alimentar e energética”.

O presidente Lula disse que os primeiros frutos do trabalho do Ibas já estão sendo colhidos e o “projeto símbolo desta nova etapa de nossa parceria é o lançamento de dois satélites Ibas”, que beneficiarão muitas nações em áreas que vão da navegação à agricultura.

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