O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou o atentado sofrido na segunda-feira pelo senador paraguaio Robert Acevedo, que teria contado com o envolvimento de brasileiros. Em entrevista no Itamaraty, onde se encontrou com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Lula disse que planeja medidas conjuntas com o governo paraguaio para conter a violência na região de fronteira entre os dois países.
“Acho uma insanidade uma pessoa achar que usando a violência, atirando em um senador e matando segurança, plantará uma cultura de medo nos Estados paraguaio e brasileiro”, disse.
Lula foi questionado sobre a possível revisão de refúgio concedido pelo Brasil a paraguaios de organizações que estariam por trás do atentado. Também foi questionado sobre papéis que já estão nas mãos do Ministério da Justiça e que mostram que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército do Povo Paraguaio (EPP) teriam escondido no Brasil dinheiro obtido em sequestros no país vizinho. Lula respondeu que pretende anunciar medidas comuns para combater a criminalidade e informou que dispõe de informações preliminares sobre a questão, repassadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O presidente disse ainda que só tomará uma decisão após encontro com o presidente paraguaio Fernando Lugo na próxima segunda-feira, em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul.
“Eu pretendo na segunda-feira conversar muito seriamente com o companheiro Lugo sobre o que está ocorrendo na fronteira. Até a questão da revisão de refúgio vamos discutir com o companheiro Lugo”, disse.