A ambição do governo Luiz Inácio Lula da Silva de forçar a discussão da reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em 25 de setembro, quando se dará a abertura da sessão de trabalhos da Assembléia Geral, tromba em dois novos obstáculos. Ao conhecido imobilismo do atual secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-Moon, soma-se a apatia do governo de Angela Merkel, da Alemanha, no tratamento desse tema.
Nesta quinta, em Berlim, o presidente Lula recebeu respostas escorregadias de Ban Ki-Moon. "Eu estou ciente da aspiração e da posição do governo brasileiro de servir como membro-permanente no Conselho de Segurança", afirmou Ban Ki-Moom, ao final de seu encontro com Lula, na Embaixada do Brasil em Berlim. "Eu disse a ele (Lula) que, como secretário-geral, vou tentar facilitar as consultas em andamento entre os países da ONU. Neste momento, seria desejável que as Nações continuem a convergir para uma fórmula de consenso que seja democrática, transparente e representativa.
O secretário-geral da ONU estava preparado para enfrentar a insistência do presidente Lula, que martelou ainda mais que o esperado, segundo diplomatas próximos ao sul-coreano. Em seus oito meses à frente da organização, Ban Ki-Moon já indicou claramente que não tem interesse em impulsionar a reforma do Conselho e que apenas não atrapalhará o processo de negociação e a adoção do acordo final. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que Ban Ki-Moon "parece muito interessado em levar diante o processo". "Claro que ele está dizendo como vai ser", adicionou.