O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis dar declarações ao final da reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos. Ele seguiu direto para almoço com chefes de Estado dos países de língua portuguesa. Porém, a presidente do Chile, Michele Bachelet, que responde pela presidência da Unasul anunciou o adiamento da próxima reunião de trabalho que estava prevista para outubro.
O encontro será transferido para o final do ano para que haja um intervalo maior entre as reuniões. Bachelet anunciou também a criação de diferentes subcomissões para discutir assuntos pontuais, como a questão do abastecimento do gás boliviano para o Brasil.
Ela disse ainda que as últimas reuniões da organização mostram que o bloco está fortalecido e que a região está avançando. Sobre o presidente da Bolívia, Evo Morales, que enfrenta crise com a oposição, Bachelet afirmou que o colega agradeceu, na reunião de hoje, o trabalho da Unasul e o fato da democracia no país ser respeitada por todos. Segundo ela, Morales afirmou que a Bolívia está sentindo o respaldo da organização.
Ao deixar a reunião, Morales agradeceu o apoio dos presidentes da América do Sul, disse que a Unasul está ajudando a resolver os conflitos no seu país e que na segunda-feira chegará a Bolívia uma comissão que vai investigar o “massacre de Pando”, que deixou ao menos 15 mortos. “Vamos ver se o Bush (presidente dos EUA, George W.Bush) vai condenar agora esses atos terroristas que estão acontecendo na Bolívia”, afirmou ele, com ironia.
Representantes da delegação brasileira que participaram da reunião informaram que o problema entre Brasil e Equador, por conta da expulsão da Construtora Norberto Odebrecht do país, não foi tratado no encontro