Os líderes do G-8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) concordaram em ?considerar seriamente? a adoção de metas para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Na prática, porém, deixaram para o futuro a implementação de medidas para combater o aquecimento global, o que foi criticado por ambientalistas e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda em Berlim, Lula partiu para o ataque em uma conferência de imprensa, após reuniões com líderes de outros países emergentes. Ele criticou o acordo fechado entre as nações ricas em Heiligendamm e garantiu que o Brasil não aceitará a pressão do G-8 para que os emergentes estabeleçam metas de redução de emissão de gás carbônico (CO²), posição similar à da China. Para Lula, os países ricos ?precisam assumir a responsabilidade de ajudar a despoluir o planeta que eles poluíram?.
As propostas do presidente americano, George W. Bush, segundo Lula, são ?voluntaristas? e ?inaceitáveis?. Lula também alertou que o prazo de 2050 marcado para a redução de emissão de CO² significa que ?ninguém fará nada até 2049?. ?Cinqüenta anos é muito tempo e vai permitir que os que poluem continuem poluindo e não façam nada?, atacou. ?Vai passar tanta água debaixo da ponte e tantas revoluções tecnológicas que acho que a decisão estará superada?, afirmou.
Outra crítica de Lula é contra a proposta de Bush de insistir em que o tema das emissões seja tratado fora do Protocolo de Kyoto. Assessores do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, revelaram ao Estado que Lula, em seu encontro com o coreano ontem, deixou claro que apoiará o envolvimento da ONU no tema. ?Nossa tese é que temos de cumprir Kyoto e fazer valer cada palavra assinada.?