O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido pediu aos cidadãos britânicos que estejam na cidade líbia de Benghazi que deixem imediatamente o local, já que foi feita uma ameaça aos ocidentais que estão na região.
O ministério já havia feito advertências contra todo o tipo de viagem a Benghazi desde dezembro, mas nesta
quinta-feira disse ter tomado ciência de uma “ameaça específica e iminente”. O órgão pediu a todos os cidadãos britânicos que ainda estão na cidade que “saiam imediatamente”, mas negou-se a falar sobre a natureza da ameaça.
A advertência sobre Benghazi, que abriga os escritórios de muitas empresas estrangeiras do setor petrolífero, foi feita depois de o governo líbio ter declarado, na quarta-feira, que estava intensificando a segurança em seus campos de exploração de petróleo após o ataque a uma usina de gás na Argélia na semana passada. O ataque, contra uma instalação operada pela britânica BP, pela norueguesa Statoil e pela estatal argelina Sonatrach, deixou pelo menos 37 trabalhadores estrangeiros mortos.
Vários especialistas na região destacaram que a indústria petrolífera da Líbia – onde operam gigantes do setor como a BP, a norte-americana ConocoPhillips e a italiana Eni SPa – é um dos alvos mais prováveis para um ataque terrorista após o episódio ocorrido na Argélia.
Muitos dos campos de exploração de petróleo e gás do país estão localizados em regiões desérticas pouco povoadas no oeste da Líbia, não muito longe da fronteira com a Argélia. E após a queda do ex-ditador Muamar Kadafi em 2011, a segurança se deteriorou bastante no país, afirmam especialistas.
A BP, a maior empresa britânica do setor de petróleo a operar na Líbia “está preocupada com a segurança (em território líbio), tendo em vista a situação na Argélia”, declarou o vice-ministro do Petróleo líbio, Omar Shakmak, nesta quinta-feira.
Porém, um porta-voz da companhia britânica não revelou se a BP está revisando seu esquema de segurança na região e afirmou que a empresa não tem funcionários em Benghazi.
A advertência britânica sobre a segurança na Líbia foi feita também um dia depois de a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton ter testemunhado perante o Congresso a respeito do ataque realizado contra a missão diplomática dos Estados Unidos em Benghazi em 11 de setembro de 2012, que resultou na morte do embaixador norte-americano na Líbia e outros três norte-americanos.
O Ministério de Relações Exteriores britânico não tem presença diplomática em Benghazi, onde o levante contra Kadafi teve início em 2011. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.