A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 5% da população mundial é superdotada. No Brasil, apesar de não existirem números oficiais, estima-se que essa população seja formada por seis milhões de pessoas -125 mil só em Curitiba. Por falta de professores, médicos e pais capacitados para reconhecer essa situação, muitas dessas pessoas, a grande maioria crianças, sofrem por não saber lidar com essa potencialidade. Muitas dessas crianças acabam sendo tratadas com medicação controlada, e em casos extremos, acabam tirando a própria vida por se acharem "diferentes".
E como entender esses casos – que em 20% têm influência genética e em 40%, interação com o meio -, podendo ajudar as crianças e a sociedade a aprender a lidar com essa potencialidades é o que propõe o livro Talento e Superdotação: Problema ou Solução?, lançado na última quarta-feira, em Curitiba, pela professora Maria Lúcia Sabatella. Esta é a primeira obra da autora editada no Brasil. Ela participa da Associação Americana de Superdotados, através da qual editou vários artigos em diversos países, onde reúne, através de questões teóricas e práticas, a experiência com crianças e pais, em consultório e em um projeto de avaliação de potencial com famílias de baixa renda.
De acordo com Maria Lúcia, o indivíduo superdotado é aquele que tem uma habilidade expressivamente acima dos seus pares, não estando ligado diretamente à inteligência. "Um exemplo que cito é o jogador de futebol Garrincha, que foi fazer um teste de QI para jogar em um time estrangeiro, e não obteve nota. Mas a habilidade que ele tinha com o esporte era fora do normal", comentou. Segundo a professora, desde que identificada a potencialidade, a criança só precisa ser entendida, assim como, ela precisa entender "que pode não ser comum, mas ela é uma pessoa normal".
