O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta quinta-feira que a proposta apresentada pelo governo do Reino Unido no chamado Livro Branco para a cooperação econômica entre as duas partes após o Brexit “não funcionará, porque arrisca minar o mercado comum” europeu. Ainda assim, ele alegou que a discussão na cúpula informal em Salzburg, na Áustria, sobre o divórcio foi “boa”.

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“Tem de ficar claro que há certas questões em que não estamos prontos para ceder, primeiro de tudo as nossas liberdades fundamentais e o mercado comum. É por isso que permanecemos céticos e críticos sobre essa parte do tratado de Chequers”, explicou o polonês, referindo-se à casa de campo à disposição do cargo de primeiro-ministro britânico, onde foram formuladas as propostas do Livro Branco. Para a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, “não haverá acordo de saída sem uma solução ‘emergencial’ sólida, operacional e legalmente vinculante”, acrescentou.

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Tusk declarou estar hoje “um pouco mais otimista” sobre um desfecho positivo da negociação do Brexit do que “há três semanas”. “Mas não podemos excluir a possibilidade de um Brexit sem acordo”, reconheceu. Por isso, ele confirmou que, se o cronograma de negociação se estender além de outubro – mês chamado pelo líder em Bruxelas de “momento da verdade” – e houver possibilidade de finalizar um acordo no mês seguinte, convocará uma reunião extraordinária para os dias 17 e 18 de novembro.

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Ao seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, buscou conferir tom mais ameno ao turbulento assunto. “Não é meu cenário-base, mas, se tivermos Brexit sem acordo, estamos preparado. Não se preocupam, sejam felizes”, arrematou.