O governo japonês informou nesta quarta-feira que pode levar 40 anos para limpar e desativar completamente a usina nuclear de Fukushima, que foi duramente atingida por um tsunami em março. O ministro para Crises Nucleares, Goshi Hosono, deu a entender que o prazo era ambicioso e reconheceu que a desativação dos três reatores da usina Fukushima Dai-ichi é um “projeto sem precedentes” e que o processo não é “totalmente previsível”.

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“Mas nós precisamos fazer isso mesmo que enfrentemos dificuldades ao longo do caminho”, disse Hosono em coletiva de imprensa.

De acordo com um detalhado roteiro, aprovado mais cedo nesta quarta-feira, após consultas com especialistas e reguladores nucleares, a operadora da usina Tokyo Electric Power Co. (Tepco) vai começar a retirar as barras de combustível no período de dois a três anos das piscinas localizadas no topo de cada prédio onde estão os reatores.

Após essa etapa, a Tepco vai começar a remover o combustível derretido, processo que deve começar em dez anos e ser concluído em 25 anos, a partir de hoje. A localização e as condições do combustível derretido não são conhecidas.

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O prazo é mais de duas vezes maior do que o exigido para a remoção do reator número 2 da usina Three Mile Island, que sofreu derretimento parcial em 1979.

O ministro do Comércio, Yukio Edano, prometeu que as autoridades assegurarão a segurança da usina. Ele também prometeu dar atenção às preocupações de dezenas de milhares de moradores que foram desalojados quando a usina foi atingida pelo terremoto e posterior tsunami em 11 de março, dando início à pior crise nuclear do mundo desde o acidente com Chernobyl, em 1986.

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“Não podemos permitir que o trabalho para a desativação cause novos riscos ou adie o retorno dos moradores para suas casas”, disse ele.

A desativação total da usina vai exigir um período de mais cinco a dez anos após a remoção dos resíduos de combustível, o que indica que todo o processo vai levar até 40 anos, segundo o roteiro.

O processo vai demandar o desenvolvimento de robôs e de tecnologia que permitam a realização dos trabalhos de forma remota, pois os níveis de radiação dentro dos prédios dos reatores são extremamente altos.

Autoridades disseram esperar que esses robôs estejam em funcionamento até 2013 e que a descontaminação dos prédios dos reatores tenha início em 2014. As informações são da Associated Press.