A Arábia Saudita, uma das maiores defensoras de uma ação internacional contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e os Emirados Árabes Unidos esforçaram-se neste domingo, durante reunião da Liga Árabe, para reunir uma coalizão que daria aos EUA e outros países ocidentais apoio político para realizar ataques aéreos à Síria.
A reunião da Liga Árabe, porém, terminou com um comunicado sem diferenças em relação a outros comunicados emitidos pelo grupo de 22 países sobre a intervenção internacional na Síria. Os ministros pediram uma ação internacional liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para impedir que as forças de Assad matem mais civis.
Analistas e diplomatas árabes afirmaram neste domingo que os países árabes voltaram a avaliar estratégias de segurança após o presidente dos EUA, Barack Obama, inesperadamente colocar em modo de espera os ataques militares à Síria, que agora dependerão da aprovação do Congresso norte-americano.
O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Saud al Faisal, reconheceu que a Liga Árabe depende dos EUA como último recurso contra transgressões de outros países árabes. “Não há capacidade no mundo árabe para responder a esse tipo de crise”, disse ele, referindo-se à Síria. O ministro criticou o Conselho de Segurança da ONU por não aprovar uma ação militar, após dois anos de um conflito que já deixou mais de 100 mil mortos.
Um diplomata árabe que não quis ser identificado discordou de um repórter que criticou a falta de conteúdo do comunicado da Liga Árabe. “Foi basicamente um pedido para que se aja na Síria”, disse o diplomata. Segundo ele, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos foram os países que mais pressionaram por um ataque à Síria liderado pelos EUA.
Ahmad Jarba, presidente da Coalizão de Oposição Síria, interrompeu sua agenda de reuniões em capitais europeias para viajar ao Cairo e pressionar diplomatas árabes a apoiarem um ataque liderado pelo Ocidente.
Segundo informações de diplomatas, porém, o Iraque – governado atualmente por um governo xiita que chegou ao poder após a invasão militar dos EUA em 2003 – se opôs a um ataque aéreo ao regime sírio, assim como a Argélia. Já o Egito se absteve da votação. Fonte: Dow Jones Newswires.