Beirute, 8 – A Liga Árabe pediu novamente à Síria que interrompa imediatamente a repressão de manifestantes contrários ao governo e permita a presença de mais monitores internacionais no país durante os protestos.
O comitê ministerial pediu ao “governo sírio e a outros grupos armados (uma aparente referência a desertores das forças de segurança da Síria) que interrompam imediatamente todas as formas de violência e retomem protestos pacíficos”.
O ministro de Relações Exteriores do Catar, Hamad Bin Jassem Bin Jabr Al Thani, disse que os ministros não concordaram em convocar especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) para fazer parte da equipe de observadores na Síria, mas que pedirão treinamento ao órgão.
Cinco ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe – composta por 22 países – também disseram que os 165 monitores do grupo que já estão em território sírio precisam de maior independência do que a concedida pelo regime local.
Os monitores deveriam garantir que a Síria obedecesse a um plano para acabar com a repressão a opositores do governo que foi assinado em 19 de dezembro. As medidas previstas no plano incluem a remoção de armas pesadas, como tanques, de todas as cidades, a libertação de prisioneiros políticos e menos restrições para que organizações defensoras dos direitos humanos e jornalistas internacionais possam entrar no país.
Segundo opositores do presidente sírio Bashar Assad, cerca de 450 pessoas foram mortas pelo governo desde que os monitores da Liga Árabe chegaram à Síria, há aproximadamente duas semanas. Eles afirmam também que os 165 monitores estão sendo enganados pelo regime de Assad e que a missão não ajudou a resolver a situação.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que os observadores continuarão a missão no país, mesmo em meio a acusações de que estariam ajudando a ocultar a repressão promovida por Assad. Thani, do Catar, disse após a reunião da Liga que o grupo tem consciência de não ter cumprido o objetivo de acabar com a violência. “O que aconteceu é ideal? Queremos fazer mais”, disse ele. “Sabemos que os sírios fizeram uma decisão, mas o que queremos é reduzir as perdas humanas”, acrescentou.
Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas foram mortas desde março, quando protestos aparentemente pacíficos contra o governo da Síria foram violentamente reprimidos pelas autoridades.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização britânica, afirmou hoje que 11 soldados morreram em confrontos entre o exército e desertores na cidade de Basr al-Harir, na província de Daraa, no sul da Síria. Outros 20 soldados ficaram feridos. Em Homs, sete civis foram mortos por soldados que invadiram casas e por atiradores de elite. Um garoto de 15 anos estava entre as vítimas, segundo o Observatório. Outras organizações confirmaram as mortes de civis. As informações são da Associated Press. (Equipe AE)