Tanques e veículos blindados do governo sírio foram retirados na quinta-feira de Zabadani, cidade montanhosa nas proximidades de Damasco, afirmaram testemunhas e ativistas, mas pelo menos 16 pessoas foram mortas por forças de segurança em outros pontos da Síria, no momento em que se encerra a missão de observação no país realizada pela Liga Árabe.

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A retirada de Zabadani deixou a cidade sob o controle da oposição, informaram ativistas na quinta-feira. No local, foram registrados pesadas trocas de fogo entre tropas do Exército e militares desertores contrários ao regime de Bashar Assad nos últimos seis dias.

Os ministros de Relações Exteriores dos países da Liga Árabe vão estudar a extensão da missão do grupo na Síria durante uma reunião no Cairo, marcada para domingo.

Embora a missão tenha chegado ao fim na quinta-feira, Adnan al-Khudeir, chefe da sala de operações no Cairo, que recebe os relatórios dos monitores da missão, disse à Associated Press que os observadores vão continuar na Síria até a decisão ser tomada, no domingo.

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Human Rights Watch

A Organização Não-governamental Human Rights Watch (HRW) pediu nesta sexta-feira que a Liga Árabe publique o aguardado relatório sobre a criticada missão de observação na Síria e pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) imponha sanções em razão do persistente derramamento de sangue no país.

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Em carta aberta aos ministros de Relações Exteriores de países que compõem a liga, a ONG disse que a presença dos observadores não foi capaz de interromper a forte repressão contra os opositores do governo sírio.

“A Liga Árabe deveria tornar público o relatório de seus monitores para esclarecer os temores de que a missão esteja sendo manipulada pelas autoridades sírias”, afirmou a diretora do HRW para o Oriente Médio, Sarah Leah Whitson.

Os monitores estão no país desde 26 de dezembro com o objetivo de verificar o cumprimento do acordo pelo qual Damasco se comprometeu a proteger os civis, retirar as tropas de centros populacionais, libertar os prisioneiros e abrir negociações com a oposição.

“A Liga Árabe deve reconhecer publicamente que a Síria não respeita o plano da liga e trabalhar com o Conselho de Segurança da ONU para aumentar a pressão sobre as autoridades e efetivamente limitar o uso do poder de fogo”, declarou Whitson. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.