Um grupo de líderes tribais do Iraque, ex-políticos e intelectuais apelaram à Organização das Nações Unidas (ONU) para que a entidade supervisione o país. Segundo eles, isso ajudaria as tropas americanas e deixarem o país ocupado. Uma carta dirigida ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi entregue nesta quarta-feira (12) nos escritórios da organização no Cairo. Os coordenadores do grupo, entre os quais vários iraquianos influentes, formalizaram a entrega.
Os coordenadores incluem Adeeb al-Jadir, Ahmed Al-Haboubi e Nouri Abdel Razak Hussein, políticos depostos em 1968, quando o partido Baath, de Saddam Hussein, tomou o poder. Eles fizeram parte da oposição liberal ao regime antes da invasão liderada pelos Estados Unidos, em 2003. "Nós acreditamos que é preciso deixar o Iraque sob a supervisão da ONU por um período limitado de tempo, para que este possa voltar a seu trilho correto e natural", informou a carta.
As Nações Unidas restringiram suas operações no Iraque depois de um atentado em agosto de 2003 ter matado vários representantes da organização no país, entre eles o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, na época a máxima autoridade da ONU no país árabe. É difícil que a administração dos Estados Unidos e o governo de Bagdá apóiem a petição. O grupo diz que a entidade multilateral deve supervisionar um novo plano de segurança para restabelecer a ordem, durante o período de transição, e preparar a eleição de um governo para substituir o problemático gabinete de Nouri al-Maliki.
"Também foi pedido que se forme um governo interino neutro de unidade nacional que administrará o país por um período curto e especificado", informou o documento. Os Estados Unidos têm pedido que as Nações Unidas expandam sua função no Iraque, mas isso não inclui supervisionar o país. Sob a resolução número 1.500 do Conselho de Segurança, a missão da ONU no Iraque (Unami) opera com várias centenas de civis estrangeiros e locais muitos deles localizados nos vizinhos Jordânia e Kuwait.