Os principais líderes da França tentaram tranquilizar a comunidade judaica do país a respeito da segurança de seus integrantes, depois de um cemitério judaico ter sido profanado e um homem ter atacado uma sinagoga em Copenhague, um mês depois dos violentos ataques em Paris.

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O primeiro-ministro Manuel Valls convocou a França a se unir contra o “islamo-fascismo” e reafirmou seu pedido aos judeus franceses que permaneçam no país, mesmo com as ações do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu encorajando os judeus da Europa e se mudarem para Israel.

“A França está ferida como vocês estão e a França não quer que vocês vão embora”, declarou Valls a uma rádio francesa. “A França mais uma vez expressa seu amor a vocês, seu apoio e sua solidariedade.”

O governo francês está às voltas com a sensação de insegurança entre os integrantes da comunidade judaica, que se sentem ameaçados pelo aumento dos ataques antissemitas.

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O cemitério atacado fica na cidade de Sarre-Union, nas proximidades da fronteira entre França e Alemanha, onde entre 300 e 400 lápides derrubadas e pintadas com tinta spray. O incidente aconteceu pouco depois de um mês após um atirador ter matado quatro judeus num mercado kosher em Paris, um dos incidentes ocorridos em três dias de violência que deixaram 17 vítimas mortas.

No final de semana, os temores foram fortalecidos quando um atirador matou um segurança judeu de 37 anos na porta de uma sinagoga.

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A polícia matou o atirador a tiros, um dia depois de ele também ter atacado o local de um seminário sobre liberdade de expressão onde estava um cartunista que publicou charges do profeta Maomé anos atrás.

Desde os ataques de janeiro, a França intensificou a segurança em instituições judaicas, enviando policiais e soldados que ficam de prontidão em escolas, centros comunitários e templos judaicos no país. No início de fevereiro, um homem com uma faca atacou um soldado que fazia a segurança de um centro comunitário judaico em Nice, sul da França.

A França tem a terceira maior população judaica do mundo, depois de Israel e dos Estados Unidos, segundo as estimativas mais recentes, mas muitos judeus franceses estão se mudando para Israel por se sentirem inseguros no país.

Ataques antissemitas têm aumentado em território francês. Em 2013, o último ano para o qual os dados foram compilados, foram registrados 423 incidentes antissemitas no país, ante 82 em 1999, segundo o Serviço de Segurança da Comunidade Judaica, organização que acompanha os dados, tendo como base informações da polícia.

Cerca de 6.900 judeus franceses se mudaram para Israel em 2014, de acordo com a Agência Judaica para Israel, organização israelense que supervisiona processos de imigração. O número deve subir para 10 mil em 2015, disse a agência em janeiro, após os ataques em Paris.

O presidente François Hollande também tenta conter a onda de saída do país. “Não permitirei que palavras ditas em Israel que façam as pessoas pensarem que os judeus não têm lugar na Europa e, em particular na França”, declarou ele na manhã desta segunda-feira. Hollande deve visitar o cemitério atacado na terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.