Dois anos após a rejeição de um projeto de Constituição, a União Européia (UE) mostrou nesta quinta-feira (13) porque é o bloco regional mais coeso e bem sucedido do planeta. Reunidos no monastério de Jerônimo, em Lisboa, os líderes dos 27 países que formam o grupo assinaram um novo tratado que visa simplificar e tornar mais célere o processo de tomada de decisões da organização, o chamado Tratado de Lisboa.
Resultado de um prolongado processo de negociação, o Tratado de Lisboa é para os mais otimistas o caminho mais correto para que a UE deixe de se dedicar às suas questões institucionais e passe a lidar com uma agenda em maior sintonia com as demandas da globalização.
"As discussões serão sobre emprego, prosperidade, sobre como podemos lidar com os desafios ambientais, sobre como podemos responder aos desafios da economia global", discursou em outubro o premiê britânico, Gordon Brown, após o estabelecimento do acordo que reformará o bloco que em março deste ano completou 50 anos.
E, para evitar o fiasco que foi o referendo para o estabelecimento da Constituição Européia em 2005, os aspectos mais impopulares do texto anterior foram definitivamente abandonados. É o caso da criação de uma bandeira e um hino europeu, propostas que tocavam em um dos pontos mais sensíveis para boa parte da população européia: a identidade nacional
Ainda assim, nem tudo está definido com o Tratado de Lisboa. Embora 26 dos 27 países poderão validar o texto com uma "simples" aprovação de seus Parlamentos, na Irlanda, a população decidirá se aceita o texto por um referendo. E basta que o "não" vença para que todo o esforço para a criação deste acordo vá por água abaixo