Líderes buscam declaração política em Copenhague

Os líderes mundiais trabalhavam nas primeiras horas desta manhã para formular uma declaração política para a reunião desta sexta-feira sobre a mudança climática. Segundo se espera, o documento deve contemplar metas de corte de emissões para os países ricos e bilhões de dólares para os países pobres, mas ficará bem distante de um pacto legalmente vinculante.

Por volta de 3h (hora local) os líderes mundiais encaminhavam para seus ministros um esboço do texto de um acordo, de cerca de três páginas, e continuaram a trabalhar sobre ele ao longo da madrugada. Por volta de 5h, os negociadores do México e do G-77 mais a China afirmaram estar perto de um acordo sobre o texto final. “Ainda há a possibilidade de que algo possa ser salvo no último minuto”, disse Fernando Tudela, vice-ministro de meio ambiente do México. “Mas por outro lado, será muito difícil”, ressalvou. “Ainda há muitas outras coisas a serem resolvidas.”

Um acordo político deve ser visto por muitos como um retrocesso, depois de dois anos de intensas negociações para se chegar a um acordo sobre reduções mais profundas nas emissões de dióxido de carbono e outros gases causadores do aquecimento global.

Enquanto o presidente Barack Obama voava para Copenhague, a fim de juntar-se a outros presidentes e primeiros-ministros em reuniões e cerimônias que ocuparão metade do dia, um dos líderes da delegação africana na conferência de duas semanas expressava desapontamento. “Está fraco”, afirmou Lumumba Di-Aping, do Sudão. “Não há nada ambicioso neste texto.”

Yvo de Boer, principal autoridade climática da ONU, tentou colocar uma luz mais positiva sobre as discussões, dizendo que um acordo político pode ser a chave para o posterior desbloqueio do impasse sobre uma série de questões. “Os líderes vieram aqui para liderar, e é isso que eles estão fazendo”, afirmou. “Eles estão tentando chegar a um entendimento sobre os principais componentes políticos e isso é bom”, disse de Boer.

Mas ele advertiu que uma declaração política precisa incluir um prazo para se chegar a um acordo sobre a substituição do protocolo de Kyoto, cujos modestos cortes de emissão para as 37 nações industrializadas vencem em 2012. Os EUA rejeitam Kyoto e seriam cobertos por um eventual acordo em separado. “Você pode chegar a um acordo aqui que fixa os grandes contornos políticos, um objetivo de longo prazo, metas para os países industrializados, engajamento pelos principais países em desenvolvimento, financiamento”, declarou de Boer. “Mas as pessoas vão querer ver um prazo claro que se transforme num instrumento legalmente vinculante.” As informações são da Associated Press.

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