Líder opositor é acusado por corrupção na Venezuela

Promotores venezuelanos acusaram formalmente na quinta-feira (11) Manuel Rosales, principal líder opositor do governo Hugo Chávez, por corrupção. Ex-candidato presidencial, Rosales foi acusado por suposto enriquecimento ilícito como governador do Estado de Zulia, rico em petróleo. Rosales pode pegar entre três e dez anos de prisão. O oposicionista, que perdeu para o atual presidente a disputa presidencial em 2006, nega qualquer irregularidade e afirma que o processo tem motivação política.

“Eles estão tentando me linchar politicamente, a fim de me retirar do mapa político”, afirmou Rosales. As acusações são fruto de uma investigação realizada enfocando a conduta de Rosales como governador entre os anos de 2002 e 2004, disseram os promotores em comunicado. Os detalhes do caso não haviam sido divulgados.

A investigação sobre Rosales foi reaberta de “modo suspeito”, em meio à campanha das eleições regionais de novembro. O presidente venezuelano se empenhou bastante na campanha, apoiando seus candidatos e atacando os opositores – Rosales era um de seus alvos preferidos.

Os candidatos de Chávez ganharam a maioria dos postos, porém a oposição levou cinco governos – incluindo três dos mais populosos Estados – e também a prefeitura de Caracas. “Desde então, eles reforçaram essa campanha para criminalizar os que se opõem ao governo”, acusa Rosales. Ele lamentou que possa ser impedido de assumir o cargo para o qual foi eleito em novembro, de prefeito de Maracaibo, segunda cidade mais populosa da Venezuela.

Após as eleições, Chávez anunciou planos para realizar um referendo a fim de acabar com o limite de reeleições para presidente. O referendo deve ocorrer no início do próximo ano, possivelmente em fevereiro. Chávez iniciou ontem a coleta de assinatura – um processo simbólico, já que os parlamentares começaram o processo para discutir o texto. Chávez disse que sua permanência no cargo seria “uma garantia de paz”. Já a oposição no poder diz que “seria o caos para a Venezuela”.