Líder oposicionista aceita disputar segundo turno com Mugabe

O principal líder da oposição no Zimbábue, Morgan Tsvangirai, disse que voltará em breve para seu país e disputará o segundo turno da eleição presidencial com o presidente Robert Mugabe. "Estou pronto, e o povo está pronto, para a rodada final. Pretendo voltar o mais cedo possível. Voltarei ao Zimbábue para fazer um giro da vitória", afirmou Tsvangirai em Pretória, na África do Sul.

O dirigente oposicionista sustenta que venceu a eleição no primeiro turno, em 29 de março deste ano, e que o resultado foi adulterado por funcionários do governo de Mugabe, que governa o Zimbábue desde a independência do país, em 1980. Atos de violência do regime de Mugabe e seus partidários contra a oposição têm mantido Tsvangirai e outros líderes oposicionistas fora do Zimbábue desde então.

Assessores do líder oposicionista disseram que ele deverá voltar ao Zimbábue dentro de dois dias. Mas observadores políticos questionam se o segundo turno da eleição poderá ser livre e justo em meio às ameaças e intimidações por parte dos partidários do partido Zanu-PF, que é leal a Mugabe.

Tapiwa Mudiwa, um partidário do Movimento por Mudança Democrática (MMC, o partido de Tsvangirai), mostrou ceticismo quanto à possibilidade de uma votação livre. "Como é que nós vamos fazer campanha como apoiadores do MMC? Não podemos nem mesmo vestir camisetas do partido. O medo é tão grande que não podemos ir aos comícios. Carros têm sido queimados", disse o ativista em Harare, a capital do Zimbábue.

Riscos

Outro militante da oposição, Fisher Mrambatsvina, de 28 anos, lembrou que Tsvangirai já foi alvo de três tentativas de assassinato. "Eles já o espancaram antes e isso pode acontecer novamente. É arriscado para Morgan voltar. O Exército está no controle. Neste momento, eu não acho que seria seguro para ele voltar e recomeçar a campanha", acrescentou.

Falando a jornalistas em Pretória, Tsvangirai reconheceu os riscos, mas ressalvou que consultas com cidadãos de seu país o convenceram a disputar o segundo turno. "Eles acreditam que nós, como nação, somos suficientemente corajosos e suficientemente fortes e estamos suficientemente bravos para fazer uma nova campanha. Um segundo turno poderá derrubar o ditador definitivamente", afirmou.

O líder oposicionista disse ainda que "Mugabe também foi um herói, no passado". "É muito triste para mim chamá-lo de ‘ex-libertador’. É triste para mim dizer que ele voltou as costas para seu povo e para seu continente.

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