A polícia da Tailândia efetuou nesta segunda-feira a primeira prisão de um líder dos protestos contra o governo. Sonthiyarn Cheunruethainaitham, ex-diretor da empresa de notícias Tnews, é acusado de violar a lei de emergência do país.
Sonthiyarn foi descrito pelas autoridades como a pessoa mais importante dos protestos depois do secretário-geral do Partido Democrático, Suthep Thaugsuban.
Mandados de prisão contra outros 18 líderes dos protestos foram emitidos nesta segunda-feira. Autoridades do país querem que mais 13 pessoas sejam enquadradas nas mesmas acusações.
“Vamos continuar prendendo mais líderes dos protestos que violaram a lei da mesma forma”, disse o diretor-geral do Departamento Especial de Investigação, Tharit Pengdit.
No mês passado, o governo decretou estado de emergência por 60 dias após o aumento das tensões nos protestos, permitindo que as autoridades proíbam reuniões públicas, imponham toques de recolher e censurem informações da imprensa local.
A prisão de Sonthiyarn ocorreu poucas horas depois de seis garis terem sido feridos – dois em estado grave – em uma explosão durante um protesto no centro de Bangcoc. Pelo menos dez pessoas morreram e dezenas foram hospitalizadas desde o início das manifestações.
O cenário político na Tailândia permanece tenso há cerca de três meses, quando o país se dividiu radicalmente entre apoiadores da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e oposicionistas, os quais alegam que o governo é “corrupto demais”.
Nesse período, os manifestantes ocuparam as principais ruas da capital do país, forçaram ministérios do governo a deixarem os prédios que ocupavam e trabalharem em outros locais e boicotaram as eleições antecipadas realizadas no início do mês.
A oposição a Yingluck é uma minoria que mostrou-se incapaz de se impor nas urnas nos últimos anos e rejeita qualquer solução para a crise que envolva eleições. Por trás das manifestações, porém, encontram-se poderosos e influentes empresários, monarquistas e líderes de oposição empenhados em derrubar o governo.
No passado recente, essa mesma aliança derrubou o irmão de Yingluck, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, por meio de um golpe militar em 2006. Os opositores também derrubaram dois primeiros-ministros aliados de Thaksin por intermédio de controversas ações na justiça. Fonte: Associated Press.
