O líder do grupo militante Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, fará neste domingo suas primeiras declarações públicas desde que ministros aliados ao movimento xiita derrubaram o governo libanês na semana passada. O discurso de Nasrallah, que será televisionado nacionalmente, é um importante sinal das intenções do Hezbollah num momento em que muitos temem que a situação política do país possa se transformar em uma guerra civil.
A crise no Líbano é o clímax de tensões de longa data relacionadas à investigação do assassinato do ex-premiê Rafik Hariri, em 2005, pela ONU. A corte deve em breve indiciar membros do grupo extremista, e muitos temem que isso possa reascender a violência na pequena nação, que por décadas foi atormentada por uma guerra civil.
O Hezbollah denuncia o tribunal como uma conspiração entre Estados Unidos e Israel e exigiu que o governo pró-Ocidente de Saad Hariri – filho do líder assassinado – rejeite as conclusões da corte antes mesmo de serem anunciadas.
No entanto, Hariri se recusou a deixar de cooperar com o tribunal, levando o grupo extremista a dissolver o gabinete na quarta-feira. Ele agora está à frente do governo como primeiro-ministro interino. Desde seu afastamento, Hariri tenta conseguir apoio internacional nos Estados Unidos, na França e na Turquia.
Líderes da Turquia, do Qatar e da Síria se reunirão amanhã em Damasco para discutir a crise política, informou a agência de notícias turca Anatólia.
O Hezbollah, que é apoiado pela Síria e pelo Irã, é a força militar mais potente do Líbano. O presidente libanês, Michel Suleiman, iniciará as conversações formais para a criação do novo governo na segunda-feira, consultando os parlamentares antes de nomear o novo primeiro-ministro. De acordo com a constituição libanesa, o presidente deve ser cristão maronita, o premiê sunita e o líder do parlamento xiita. As informações são da Associated Press.