O executivo-chefe de Hong Kong, Leung Chun-ying declarou nesta quinta-feira que o governo da região semiautônoma está pronto para dialogar com os líderes estudantis, que paralisam o centro financeiro da cidade desde o mês passado. Leung afirmou que o governo não pretende retirar a decisão de analisar os candidatos para as primeiras eleições diretas, marcadas para 2017, mas disse que há espaço para negociar a composição do comitê que examinará os inscritos.
“Na segunda rodada de consulta nós podemos ouvir a opinião de todos. Ainda há espaço para discutir questões, incluindo a formação do comitê de indicações”, disse o líder de Hong Kong, que é apoiado por Pequim. O diálogo com os líderes estudantis, segundo Leung, poderá ser reaberto já na semana que vem.
“Desde que os estudantes ou outros setores de Hong Kong estejam preparados para focar essa questão, sim, estamos prontos e preparados para começar os diálogos”, disse Leung a repórteres, acrescentando que interlocutores já entraram em contato com os estudantes para transmitir a nova posição do governo.
O executivo-chefe da cidade não respondeu diretamente a questões sobre quando a polícia irá limpar a zona de protesto montada pelos estudantes. Leung disse apenas que as autoridades têm tolerado o movimento de desobediência civil até o momento, mas que ele “não pode prosseguir indefinidamente”.
As tensões entre autoridades de Hong Kong e manifestantes têm aumentado nos últimos dias, com a polícia enfrentando estudantes para remover barricadas das ruas no centro da cidade. Em um caso de violência, policiais foram gravados chutando um dos manifestantes, que estava algemado no chão. As imagens foram transmitidas em uma TV local e, segundo um porta-voz da polícia, sete agentes foram afastados para serem investigados.
Os manifestantes ocupam o centro de Hong Kong desde o fim de setembro e exigem que Pequim retire a determinação para analisar os candidatos às eleições diretas de 2017. Além disso, demandam a renúncia de Leung do cargo de executivo-chefe da cidade. O líder, no entanto, já afirmou sucessivas vezes que não irá deixar o poder. Fonte: Associated Press.