A Justiça das Filipinas retirou as acusações por rebelião contra o chefe de clã Andal Ampatuan Sr. e dezenas de seus seguidores. Apesar disso, eles permanecem presos, por seu suposto papel no massacre relacionado à política que terminou com 57 mortes, no dia 23 de novembro. O secretário de Justiça Alberto Agra afirmou que recorrerá da decisão.
Entre os mortos havia mais de 30 jornalistas e suas equipes – o ataque mais mortífero contra membros da imprensa no mundo. As mortes levaram o país ao topo da lista entre os locais mais perigosos para o trabalho de jornalistas.
Os promotores acusam Andal Ampatuan Sr., seus quatro filhos e seus partidários pela rebelião, por supostamente tramarem um levante armado após o governo começar a reprimi-los, em resposta ao massacre. Eles também foram acusados por múltiplos homicídios e por esse motivo, não podem sair da prisão pagando fianças.
Entre as vítimas do massacre havia partidários e parentes de um rival político dos Ampatuans, Esmael Mangudadatu, que concorre ao governo em Maguindanao, região de maioria muçulmana. Eles seguiam para um escritório eleitoral, para apresentar os papeis da candidatura de Mangudadatu, quando o comboio foi atacado. Eles foram depois encontrados mortos a tiros, nas proximidades, junto com os jornalistas que cobririam o evento, igualmente assassinados.
O juiz Vivencio Baclig retirou as acusações contra os Ampatuans e seus partidários por rebelião, afirmando que não havia evidências da culpa. As imagens de grupos partidários de Ampatuan exibidas pelos promotores não mostravam uma “multidão armada violenta”, na avaliação do magistrado, pois ninguém no grupo parecia armado.
Os Ampatuans negam as acusações e a maioria de seus partidários fugiu temendo represálias em Maguindanao, a 900 quilômetros ao sul de Manila. Milhares de milicianos leais ao clã Ampatuan estão escondidos e são considerados uma ameaça à segurança em Maguindanao. Eles estão sendo perseguidos pelas tropas do governo.
A presidente filipina, Gloria Macapagal Arroyo, que antes tinha uma aliança política com os Ampatuans, nomeou uma comissão para livrar as Filipinas dos mais de cem grupos armados privados que operam ilegalmente, a mando de líderes políticos.